|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Setor de crédito de imóveis dita pessimismo
DA REDAÇÃO
Apesar de os dados recentes sobre a economia americana mostrarem melhora no
cenário, o pessimismo em relação ao mercado de crédito
imobiliário continua a ser a
principal preocupação dos
investidores.
É que a Countrywide Financial, a maior empresa de
financiamento imobiliário
dos EUA, voltou a estar no
centro das atenções. Um
analista do banco Merryll
Lynch rebaixou a posição das
ações da companhia de
"compra" para "venda".
"Caso pressão financeira
suficiente seja colocada sobre a Countrywide, ou se o
mercado perder a confiança
na sua condição de funcionar
adequadamente, então o modelo pode quebrar, levando a
uma insolvência", escreveu o
analista Kenneth Bruce. "Se
as liquidações acontecerem
em um momento de mercado fraco, então é possível que
a Countrywide vá à falência."
As ações da financiadora
caíram 12,96% ontem e cerca
de 50% apenas neste ano. O
anúncio da empresa, no dia
24 de julho, de que seu lucro
no segundo trimestre sofrera
queda de 33% foi considerado o estopim da atual instabilidade das Bolsas.
Já o fundo de "private
equity" (capital privado)
KKR, um dos maiores do
mundo, disse que sua afiliada
KKR Financial Holdings,
que é um fundo de investimentos do setor imobiliário,
vai perder US$ 40 milhões
com hipotecas e que o prejuízo pode chegar a US$ 290
milhões. As ações da afiliada
tiveram queda de 31,15% ontem e geraram especulações
se o fundo de "private
equity" continuará com seus
planos de realizar um IPO
(oferta inicial de ações).
Pesquisas divulgadas ontem mostram que os problemas no setor imobiliário devem continuar. A confiança
dos construtores no mercado de casas novas caiu ao menor nível em 16 anos (época
da Guerra do Golfo). Os preços das casas caíram pelo
quarto trimestre seguido.
Os dados de inflação ao
consumidor e da produção
industrial dos EUA em julho
mostram que a economia deve continuar com seu ritmo
moderado. A inflação ficou
em 0,1%, e seu núcleo, que
exclui preços voláteis, foi de
0,2%, ambos dentro do previsto por analistas. A produção industrial subiu 0,3%.
Segundo alguns analistas,
esses números não foram tão
bem-vistos por parte de Wall
Street. É que inflação sob
controle e crescimento moderado é o cenário atualmente desejado pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), o
que torna menos provável
um corte de juros, como querem alguns investidores. A
taxa está em 5,25% ao ano.
"Se você disser que nós reduzimos a taxa de juros porque o mercado financeiro está descontente, as pessoas
irão dizer que Ben Bernanke
[presidente do Federal Reserve] está cedendo para
Wall Street", afirmou ao
"New York Times" Jan Hatzius, economista do Goldman Sachs. "E claramente
não é essa a percepção que
eles querem passar."
Porém há economistas que
acreditam que a turbulência
nas Bolsas fará com que o
Fed faça o primeiro corte nos
juros em mais de um ano, na
reunião de 18 de setembro.
"Com os mercados financeiros em desordem e os problemas com crédito, o Fed
não terá muita opção a não
ser relaxar sua política", disse Mark Zandi, da Moody's.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Agências de classificação devem ser investigadas pela UE Índice
|