O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou nesta semana que irá instalar um escritório da PDVSA, a estatal de petróleo venezuelana, na Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), em São Paulo. A Abimaq também terá um escritório na PDVSA, em Caracas.
O objetivo de instalar escritórios da PDVSA no Brasil e da Abimaq na Venezuela é ampliar a integração comercial entre os dois países. A decisão foi tomada durante encontro, em Caracas, de Chávez com o empresário Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq.
Segundo Aubert, o objetivo de Chávez é reduzir a dependência da Venezuela em relação aos equipamentos produzidos nos EUA. A PDVSA pretende investir US$ 60 bilhões na prospecção e na exploração de petróleo nos próximos dois anos, e Chávez quer diversificar os fornecedores.
"Chávez quer trocar os fornecedores americanos pelos brasileiros", diz Aubert.
O Brasil tem, na opinião de Aubert, uma excelente oportunidade de dar um salto nas exportações de bens de capital. A Venezuela é, atualmente, o quinto maior comprador de máquinas e equipamentos do Brasil. O setor exportou US$ 600 milhões em 2007 e o objetivo de Chávez é triplicar esse valor em dois anos.
Para acertar os detalhes do acordo firmado entre a Venezuela e o Brasil, desembarca no próximo dia 25, em São Paulo, uma missão venezuelana chefiada pelo presidente da PDVSA, Rafael Ramirez.
A PDVSA irá abastecer a Abimaq com uma lista, sempre atualizada, dos principais equipamentos que a companhia necessita para levar à frente o seu plano de investimento.
Os dois escritórios irão cuidar também de agilizar a burocracia para facilitar a exportação de máquinas e equipamentos para a Venezuela.
Esse maior intercâmbio, segundo Aubert, irá favorecer principalmente as pequenas e médias empresas de bens de capital, que representam 75% dos associados da Abimaq. As empresas poderão obter o cadastro de exportação para a Venezuela em apenas um dia.

SEGURO

BRASIL DEVE ALCANÇAR R$ 100 BI EM PRÊMIOS NESTE ANO, DIZ ECONOMISTA

O economista Alexis Cavichini, professor de finanças da UFRJ, lança em 17 de setembro o livro "A História dos Seguros no Brasil" (Cop Editora). Segundo ele, o país passou do 19º para o 14º lugar no ranking mundial de prêmios (o que a seguradora recebe em vendas) projetados em 2008 e deve bater a marca dos R$ 100 bilhões até dezembro. "O avanço se deve ao crescimento da classe média, que está fazendo reservas em planos de aposentadoria e seguros de vida."

APETITE PELAS VERDE-AMARELAS
Se o apetite dos estrangeiros pela Bolsa brasileira caiu nos últimos meses, ele não pára de crescer em "private equity". Essa é a conclusão de Christian Roschmann, sócio do escritório Lefosse, parceiro da banca internacional Linklaters, que está negociando nove aquisições de empresas brasileiras. Com valor total de US$ 2,6 bilhões, os negócios se concentram nos setores de agronegócios, indústria e serviços financeiros. "A crise nos EUA afetou muito os investimentos. Os investidores ficaram com poucas opções e o Brasil é a "bola da vez" com as commodities agrícolas." Segundo ele, o grau de investimento despertou o interesse pelo país de novos investidores, voltados para o médio e o longo prazo.

NA CESTA
Hélio Martins Netto, diretor comercial da Hertz, locadora de veículos que terá seis lojas até dezembro na rede Extra de hipermercados; "pesquisas indicam que o brasileiro tem capacidade econômica para consumir o produto, mas não o conhece", diz ele, que quer se aproximar do cliente com a ação

PETROSAL
Será realizada na próxima terça a terceira reunião da Comissão Interministerial do Pré-Sal. A exemplo das duas primeiras reuniões, os debates prometem ser acalorados. Nos últimos dias, o presidente Lula tem manifestado apoio à idéia defendida por Edison Lobão de criar uma nova estatal para gerir as reservas do pré-sal, o que contraria a Petrobras. A comissão foi criada no dia 17 do mês passado e tem 60 dias para apresentar as propostas. A comissão é formada por Edison Lobão, Dilma Rousseff, Paulo Bernardo, Guido Mantega, José Sergio Gabrielli, Luciano Coutinho e Haroldo Lima.

METRO QUADRADO
O fundo de pensão Previ obteve uma rentabilidade de 9,65% em seus investimentos imobiliários no primeiro semestre. A Previ tem R$ 3 bilhões investidos em imóveis como shoppings, hotéis e prédios comerciais.

MERCOSUL
Além da parceria com a Venezuela, Luiz Aubert Neto (Abimaq) está criando também a Associação de Fabricantes de Máquinas e Equipamentos do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). O objetivo da nova Abimaq é ampliar os acordos bilaterais do Brasil no setor de bens de capital.

com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e VERENA FORNETTI

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