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EMPRESAS
Operação inclui primeira emissão de ADR-3 de companhia brasileira na Bolsa de Nova York desde 97
Grupo Ultra anuncia abertura de capital
RICARDO GRINBAUM
da Reportagem Local
O grupo Ultra, uma das maiores empresas brasileiras de distribuição de gás de cozinha e de
produção petroquímica, vai
abrir seu capital.
Além de emitir ações no Brasil,
o Ultra também lançará ADRs
do tipo 3 -papéis correspondentes a ações negociadas na
Bolsa de Nova York. É o primeiro lançamento de ADRs-3 de
empresas brasileiras nos últimos
dois anos.
"É a primeira vez que uma empresa brasileira volta ao mercado internacional para emitir
ADRs do tipo 3 desde a crise da
Ásia, em 1997", diz Paulo Cunha,
presidente do grupo.
O Ultra está emitindo as ações
por dois motivos. Um deles é
que, hoje, as ações da empresa
estão na mão dos principais executivos e dos parentes dos fundadores da companhia.
"Existem várias exceções, mas,
em geral, as empresas de administração familiar não têm tido
sucesso, especialmente com problemas de sucessão", diz Paulo
Cunha, presidente do grupo.
A outra razão é que o grupo estima que poderá captar US$ 250
milhões, que serão usados em investimentos na empresa. Se houver muita procura pelas ações, a
emissão poderá ser 15% maior.
"Pela experiência de outras
emissões, 80% das ações serão
compradas no exterior e 20% no
Brasil", diz Pérsio Souza, diretor
do banco BBA, um dos responsáveis pela operação financeira.
O Ultra tem um programa de
investimentos de US$ 350 milhões a US$ 650 milhões nos próximos três anos. A diferença se
deve a dois projetos que ainda estão sendo estudados pelo grupo,
como a construção de uma fábrica de ácidos acrílicos, produto
usado em tintas, tecidos e couro.
Já estão garantidos os US$ 350
milhões para expansão da Ultragaz, que distribui gás de cozinha
(GLP), para novos mercados no
Brasil.
O dinheiro também será usado
para a ampliação de uma fábrica
de óxido de eteno, matéria-prima
de tintas e embalagens.
Existem vários boatos sobre negociações para reorganização do
setor petroquímico, mas, de acordo com Paulo Cunha, "o dinheiro
da emissão não será usado para a
compra de empresas".
De acordo com os executivos, o
grupo apresenta hoje excelente situação financeira. "Hoje temos
mais dinheiro em caixa do que dívidas a pagar", diz Fábio
Schvartsman, diretor do Ultra.
Pelo balanço de 30 de junho, o
grupo tinha US$ 270 milhões em
débitos e US$ 266 milhões em caixa, resultando numa dívida líquida de US$ 4 milhões. Em agosto,
diz Schvartsman, o dinheiro em
caixa superou as dívidas.
A empresa também deve apresentar bons resultados em 1999,
de acordo com os executivos. No
ano passado, o Ultra faturou cerca de US$ 900 milhões. Em reais,
as vendas devem aumentar. Mas
cairão, quando medidas em moeda norte-americana, para US$
725 milhões, levando em conta o
resultado do primeiro semestre.
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