|
Texto Anterior | Índice
MERCADO FINANCEIRO
Decisão sobre juros sai na 4ª; indicadores americanos e ameaça de guerra deixam investidor cauteloso
De olho nos EUA, Bovespa espera Copom
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado teria tudo para operar seguindo mais o cenário norte-americano do que o doméstico
nesta semana. Mas o fronte interno pode fazer a Bovespa descolar
dos Estados Unidos se os resultados de novas pesquisas eleitorais e
a reunião do Copom (Comitê de
Política Monetária) surpreenderem investidores.
Uma parcela de analistas está
relutante em estimar qual será a
decisão do Copom relativa à taxa
básica de juros da economia na
reunião marcada para amanhã e
quarta-feira.
Entre os que defendem a redução dos juros nessa reunião, o argumento mais ouvido é que a diminuição da volatilidade do câmbio e do risco-país justificariam o
corte de 0,25 ponto percentual ou
de 0,50 ponto percentual da Selic.
O abrandamento da inflação e
do nível de atividade também reforçaria a defesa da queda dos juros. Em agosto passado, o Copom
manteve a Selic em 18%, mas adotou o viés de baixa, instrumento
que permite ao presidente do
Banco Central cortar os juros antes da reunião seguinte.
O mercado espera a divulgação
de novas pesquisas eleitorais para
os próximos dias. O Datafolha divulga uma nova sondagem de intenção de votos no domingo.
"Parte do mercado tem o temor,
a meu ver infundado, de que o PT
ganhe no primeiro turno", diz
Jorge Simino, diretor da Unibanco Asset Management.
Estados Unidos
A possibilidade de guerra contra o Iraque e de novos indicadores econômicos norte-americanos saírem tão ou mais fracos do
que os que vêm sendo divulgados
torna investidores ainda mais
cautelosos.
Para piorar, cresce a preocupação com a nova temporada de
anúncios de lucros de empresas
norte-americanas.
Na sexta-feira passada, o anúncio de que a Honeywell, empresa
do setor aeroespacial, espera redução de lucros para o terceiro
trimestre e para o ano de 2002
pressionou o índice Dow Jones
(da Bolsa de Nova York) e foi considerado por alguns analistas um
mau presságio.
A empresa alegou que a recuperação econômica por ela esperada
não ocorreu.
A Lucent, do setor de telecomunicações, também avisou que deve ter prejuízo, mas no quarto trimestre. O resultado deverá ficar
mais de 25% abaixo do registrado
no trimestre anterior.
Índices
A agenda de indicadores econômicos norte-americanos está carregada nesta semana.
Amanhã, sai o de produção industrial, que deve crescer 0,2%,
segundo estimativas do mercado.
Na quarta-feira será divulgado o
índice de preços ao consumidor
(CPI) de agosto. O consenso de
mercado é de alta de 0,2%, ligeiramente acima do que veio nos dois
meses anteriores. Inflação, entretanto, não é problema nos EUA.
A expectativa para a balança comercial de julho, que também sai
na quarta-feira, é de US$ 37 bilhões negativos.
O número de unidades residenciais que começaram a ser construídas em agosto nos EUA será
conhecido na quinta-feira e é estimado em 1,3%, segundo analistas.
Na sexta-feira, sai a declaração
do orçamento do Tesouro do mês
de agosto. A previsão do mercado
é de US$ 49 bilhões negativos.
Inflação no Brasil
Três índices de inflação serão
divulgados nesta semana.
Na quarta-feira, saem o IPC (Índice de Preços ao Consumidor)
relativo à segunda quadrissemana
de setembro e a segunda prévia
do mês do IGP-M (Índice Geral
de Preços). Na quinta-feira, será a
vez do IGP-10 de setembro.
Texto Anterior: Renda fixa e DI ainda têm mais saída que depósito Índice
|