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São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2003

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CRÉDITO EXTERNO

Braço da instituição vinha concentrando empréstimos na exportação

Bird investirá em energia no Brasil

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

Em uma mudança radical no seu perfil de empréstimos para o Brasil, o IFC (International Finance Corporation), o braço financeiro privado do Bird (Banco Mundial), informou ontem em Washington que vai concentrar investimentos na área de energia elétrica e em empresas interessadas em "globalizar" seus negócios.
O maior volume de empréstimos do IFC ao Brasil vinha se concentrando, principalmente no segundo semestre do ano passado e início de 2003, em linhas de financiamento para bancos como Bradesco, Unibanco e Itaú. Os recursos garantiram parte do crédito ao setor exportador durante a crise do período pré e pós-eleitoral em 2002.
No ano fiscal de 2003, encerrado em junho, o Brasil foi o maior tomador individual de recursos do organismo, com US$ 888,4 milhões de um total de US$ 2,18 bilhões para a América Latina e US$ 5 bilhões em todo o mundo.
No total, as linhas do IFC ao setor exportador brasileiro somaram US$ 740 milhões entre julho de 2002 e junho deste ano.
"Agora, entramos em uma nova fase. A despeito de alguns pontos de volatilidade, os mercados emergentes ainda representam boas oportunidades para a realização de negócios, e a América Latina é a nossa maior prioridade", disse Peter Woicke, vice-presidente executivo do IFC.
O IFC considera que, mesmo na Argentina, há a expectativa de aumento de investimentos no setor privado a partir de agora.
Bernard Pasquier, diretor do IFC para a América Latina, disse, porém, que empresas do setor público argentino não terão novos financiamentos enquanto não "enfrentarem" a defasagem nas tarifas, que estão congeladas.
Para o setor privado brasileiro, Pasquier disse que "gostaria de ter o dinheiro disponível para poder atender a demanda" de empresas em busca de financiamento com o intuito de internacionalizar suas atividades.
O instituto quer aumentar também as formas de incentivar empresas privadas brasileiras a contribuir em programas municipais de combate à pobreza no Brasil.
O IFC obteve resultado recorde nas operações de empréstimo realizadas no ano fiscal de 2003.
O lucro no período atingiu US$ 528 milhões, três vezes mais do que o resultado do período anterior, quando a fase aguda da crise argentina comprometeu boa parte dos resultados do organismo.


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