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CRÉDITO EXTERNO
Braço da instituição vinha concentrando empréstimos na exportação
Bird investirá em energia no Brasil
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
Em uma mudança radical no
seu perfil de empréstimos para o
Brasil, o IFC (International Finance Corporation), o braço financeiro privado do Bird (Banco Mundial), informou ontem em Washington que vai concentrar investimentos na área de energia elétrica e em empresas interessadas em
"globalizar" seus negócios.
O maior volume de empréstimos do IFC ao Brasil vinha se
concentrando, principalmente no
segundo semestre do ano passado
e início de 2003, em linhas de financiamento para bancos como
Bradesco, Unibanco e Itaú. Os recursos garantiram parte do crédito ao setor exportador durante a
crise do período pré e pós-eleitoral em 2002.
No ano fiscal de 2003, encerrado
em junho, o Brasil foi o maior tomador individual de recursos do
organismo, com US$ 888,4 milhões de um total de US$ 2,18 bilhões para a América Latina e US$
5 bilhões em todo o mundo.
No total, as linhas do IFC ao setor exportador brasileiro somaram US$ 740 milhões entre julho
de 2002 e junho deste ano.
"Agora, entramos em uma nova
fase. A despeito de alguns pontos
de volatilidade, os mercados
emergentes ainda representam
boas oportunidades para a realização de negócios, e a América
Latina é a nossa maior prioridade", disse Peter Woicke, vice-presidente executivo do IFC.
O IFC considera que, mesmo na
Argentina, há a expectativa de aumento de investimentos no setor
privado a partir de agora.
Bernard Pasquier, diretor do
IFC para a América Latina, disse,
porém, que empresas do setor público argentino não terão novos
financiamentos enquanto não
"enfrentarem" a defasagem nas
tarifas, que estão congeladas.
Para o setor privado brasileiro,
Pasquier disse que "gostaria de ter
o dinheiro disponível para poder
atender a demanda" de empresas
em busca de financiamento com
o intuito de internacionalizar suas
atividades.
O instituto quer aumentar também as formas de incentivar empresas privadas brasileiras a contribuir em programas municipais
de combate à pobreza no Brasil.
O IFC obteve resultado recorde
nas operações de empréstimo
realizadas no ano fiscal de 2003.
O lucro no período atingiu US$
528 milhões, três vezes mais do
que o resultado do período anterior, quando a fase aguda da crise
argentina comprometeu boa parte dos resultados do organismo.
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