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TRABALHO
Na unidade do ABC, montadora oferece 15 salários mais 40% da remuneração mensal por ano trabalhado
Volks oferece pacote para demitir 3.933
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Volkswagen vai abrir um programa de demissões voluntárias
nas fábricas de São Bernardo do
Campo (Grande São Paulo) e de
Taubaté (130 km de São Paulo) na
tentativa de atrair parte dos 3.933
funcionários excedentes nessas
duas unidades.
A montadora também mantém
a decisão de transferir esses empregados a partir de 1º de outubro
como parte da reestruturação que
planeja fazer no Brasil.
No ABC paulista, a empresa oferece pacote que inclui 15 salários
mais 40% da remuneração mensal por ano trabalhado -maior
incentivo já pago em um voluntariado por uma empresa da região.
O programa será oferecido a todos os empregados horistas indiretos (não trabalham diretamente
na produção) e aos mensalistas
(áreas administrativas) dessa unidade a partir de 1º de outubro até
dezembro deste ano. A cada adesão, o número de excedentes diminui na mesma proporção.
Em Taubaté, o benefício equivale a uma bolsa de estudos durante
12 meses no valor de 80% do salário líquido (limitado a R$ 1.112),
além de 40% da remuneração por
ano trabalhado. Nessa unidade, o
voluntariado será aberto para os
funcionários da produção a partir
de novembro deste ano e vai até
janeiro de 2004 -um mês antes
de acabar o acordo que garante
estabilidade aos empregados.
Após oito horas de reunião na
última sexta-feira, a montadora
informou ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que a transferência dos excedentes, prevista para
1º deste mês e adiada após a montadora abrir negociação com os
sindicalistas, começa de fato em 1º
de outubro.
Pela proposta da Volks, os 1.923
excedentes do ABC e os 2.010 de
Taubaté serão treinados e farão
cursos em dois centros de formação e estudos que serão abertos
nas fábricas dessas duas regiões.
Como os funcionários têm acordos de estabilidade em vigor, os
transferidos podem ficar até fevereiro de 2004, no caso de Taubaté,
ou até novembro de 2006, no caso
do ABC, em treinamento.
Nesse período, podem ser realocados para o projeto Autovisão
-na medida em que surgirem
novos empregos nessa nova unidade de negócios para aqueles
que foram transferidos.
"Se a Volks acredita que o Autovisão é um bom negócio, por que
não aceitou renovar os acordos de
estabilidade até 2009 e negociar as
transferências de forma voluntária? O sindicato é contra essa proposta. A empresa pode dizer que
vai respeitar a estabilidade, mas a
proposta discrimina os trabalhadores, marcando quem é ou não
excedente na fábrica", diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo. Na
quarta-feira, os trabalhadores devem votar se aceitam a proposta
da montadora.
Como o salário médio no ABC é
de R$ 1.900 e os trabalhadores têm
14 anos de tempo de serviço, o
empregado que aderir ao pacote
receberia cerca de R$ 39 mil, além
de suas verbas rescisórias. Se não
aderir ao programa, pode continuar fazendo cursos até 2006 e receber, até lá, cerca de R$ 75 mil.
Segundo sindicalistas, a empresa retirou parte das ferramentas
da linha de produção do Fox, novo carro da montadora, e esvaziou parte do pátio da fábrica do
ABC no final de semana por temer uma reação do sindicato à
proposta.
A Volks informou que a retirada estava prevista no seu cronograma, e que o equipamento do
Fox pertence à fabrica de Curitiba
(PR), onde será produzido.
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