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Rato diz que brasileiros podem criticar, mas sistema de cotas será reformulado
DO ENVIADO ESPECIAL A CINGAPURA
O diretor-geral do FMI, Rodrigo de Rato, afirmou ontem
que o Brasil "tem o direito" de
discordar do formato que o
Fundo deve adotar para elevar
a representatividade de países
emergentes em suas decisões.
Pelo esquema escolhido, só
China, Coréia, México e Turquia serão beneficiados em
uma primeira fase. O Brasil, porém, pode perder peso.
"O que o Brasil ou qualquer
outro país pensa a respeito deve ser expressado por seus representantes, não por mim",
disse Rato ontem ao ser questionado sobre as críticas do ministro Guido Mantega (Fazenda) ao formato escolhido.
Brasil, Argentina e Índia já se
posicionaram contra a reforma
nesses termos, mas devem ser
voto vencido na segunda-feira,
quando o assunto será formalmente tratado na reunião.
A maioria dos 184 países representados no comitê-executivo do Fundo já concordou
com o projeto, que inclui quatro fases:
1) aumento imediato da participação de China, Coréia, México e Turquia; 2) uma revisão,
mais adiante, da fórmula de cálculo da representatividade,
dando mais peso ao PIB; 3) a
aplicação, nos próximos dois
anos, dessa nova fórmula; e 4)
um aumento proporcional dos
votos mínimos para todos os
países -para beneficiar as economias menores.
China (hoje com 2,93% do
poder de voto), Coréia (0,76%),
Turquia (0,45%) e México
(1,19%) devem, nessa primeira
fase, aumentar sua participação no órgão dos atuais 5,33%
para 7%. O Brasil, com 1,42%,
pode diminuir a sua para 1,4%.
Embora o país possa ser beneficiado mais adiante, Mantega é contra essa postergação.
"Creio que estamos fazendo
o máximo que podemos. E o
que está claro é que há uma vasta maioria no comitê-executivo
que já endossou essa resolução.
Senão, ela nem teria sido trazida para essa reunião", afirmou
Rato.
Outra demanda do Brasil, a
criação de uma linha de crédito
para países em crise que não
exija um programa formal com
o Fundo, sequer será discutida.
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