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MÍDIA
"Journal" pede decisão de Clinton e do FMI
Jornal dos EUA cobra ajuda ao Brasil
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
de Washington
"The Wall Street Journal", diário de maior circulação dos Estados Unidos e porta-voz oficioso da
comunidade empresarial norte-americana, exigiu no primeiro editorial de sua edição de ontem que
o presidente Bill Clinton e o Fundo
Monetário Internacional digam
como vão ajudar o Brasil a defender o real.
O editorial diz que a estabilidade
da moeda brasileira é "vital" para
impedir "o naufrágio de anos de
progresso na América Latina".
Mas, diz o jornal, o governo
Clinton não tem feito muito para
auxiliar o Brasil.
Ao contrário, afirma, o Departamento do Tesouro permitiu que a
sua responsável pelo escritório do
Brasil publicasse uma carta no
próprio diário, em que dizia que o
real está "indiscutivelmente supervalorizado".
Embora o Tesouro tenha desautorizado a opinião de Britta Hillstrom e a retirado do escritório do
Brasil, isso é pouco para o jornal
norte-americano.
O "Journal" afirma que não
adianta o FMI e o presidente Bill
Clinton dizerem que estão prontos
para ajudarem o real. É preciso dizer "hoje" como essa ajuda vai se
dar.
O editorial condena a direção do
Fundo: "qualquer instituição financeira" que tivesse os resultados apresentados pelo FMI neste
ano fiscal, teria "exigido a demissão de seus dirigentes": U$ 141 bilhões foram usados nesse período
para tirar quatro países de dificuldades e dois deles (Indonésia em
Rússia) estão em destroços e os
outros dois (Tailândia e Coréia do
Sul) permanecem instáveis.
Destaque
O Brasil tem aparecido com destaque nos últimos cinco dias em
vários jornais de prestígio dos Estados Unidos.
Ontem, estava na capa do "Los
Angeles Times", sexta-feira na do
"The Washington Post". No
"Journal" e no "The New York
Times", tem aparecido com frequência em altos de página.
Mesmo alguns jornais em que o
país quase nunca aparece, como
"USA Today", têm publicado
grandes reportagens sobre a situação econômica brasileira e as
grandes redes de TV, onde o Brasil
só costumava aparecer quando o
tema era ecologia, acompanha
quase diariamente as oscilações da
Bolsa de Valores de São Paulo.
O interesse pelo Brasil é sempre
justificado com o argumento de
que sua eventual débâcle econômica pode levar de roldão toda a
América Latina e aproximar dramaticamente a crise econômica
internacional do público norte-americano.
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