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Agência vê AL sem crédito
das agências internacionais
A restrição de financiamento
externo imposta aos países
emergentes deverá afetar sobretudo a América Latina,
conclui a agência de classificação de risco Moody's.
Em relatório divulgado ontem, a agência alerta que a restrição deverá se prolongar, ao
contrário do que aconteceu em
1995, depois da crise do México, quando o acesso ao mercado de capital ficou suspenso
por apenas um curto período.
A Moody's prevê um cenário
no qual o crédito internacional
ficará escasso, as exportações
não crescerão e existirá pouco
apoio de organismos internacionais de financiamento.
Nessas circunstâncias, os
países da América Latina encontrarão dificuldades crescentes para refinanciar o grande volume de dívidas, que vencem nos próximos anos.
A Moody's está preocupada,
em particular, com o Brasil,
com a Argentina e com o México -países que aumentaram
substancialmente suas dívidas
externas.
Nesse cenário de endividamento crescente, a diferença
entre os juros americanos e o
juros pagos pelos países emergentes subiu de 6% para 15%,
segundo o J.P. Morgan.
Os analistas da Moody's também afirmam que a crise do
México foi curta graças à surpreendente assistência financeira dos EUA e do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Desta vez, contudo, o fato de
a Rússia declarar moratória, de
a Malásia ter imposto controle
cambial e de existirem prognósticos negativos em relação
à saúde das economias norte-americana e européia sugere
que a restrição de crédito será
longa, afirma a agência.
Para agravar a situação, conclui a Moody's, os grandes empréstimos oficiais em socorro
às economias russa e asiática
limitou a capacidade das instituições em oferecer apoio.
A crise, por sua vez, alerta a
agência, deverá dificultar os
ajustes necessários para as economias emergentes, restringindo ainda mais o crédito.
Dada essa restrição ao crédito, a Moody's conclui que os
países latino-americanos estão
cada vez mais propensos a
adotar controles cambiais ou
moratórias ou reestruturação
de dívidas antes que suas reservas internacionais acabem.
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