|
Texto Anterior | Índice
MERCADO FINANCEIRO
Futuros apostam em juro menor este mês
da Reportagem Local
O otimismo com a saída menor
de dólares do país e os boatos de
ajuda financeira dos países ricos
foi tão grande que o mercado passou a apostar na queda dos juros.
O Banco Central interveio ontem no over, o mercado por um
dia, e emprestou dinheiro em troca de taxas de 39,75% ao ano, as
mesmas praticadas em operação
semelhante de anteontem e de sexta-feira. Nos negócios entre bancos, a taxa de juros do over ficou
em 34,23% ao ano, contra 35% ao
ano anteontem.
Desde que subiu o teto dos juros
do over, a Tban, para 49,75% ao
ano, na quinta-feira, o BC vem
mantendo as taxas no patamar
abaixo de 39,75%.
Ao decidir não vender títulos
ontem, no total de R$ 4,3 bilhões,
o BC acaba fazendo com que os
bancos tenham mais dinheiro disponível para o over. Como não
mais do que US$ 500 milhões saíram do país, ontem, o resultado
foi que sobrou dinheiro no over, o
que provocou a queda nos juros.
Para Rubens Sardenberg, diretor
da Linear, baixar os juros hoje seria precipitado. Mas ele não descarta a possibilidade de uma queda gradual, a partir da semana que
vem, caso a sangria de dólares esteja realmente contida. "O BC
pode cortar gradualmente os juros
do over por intermédio da atuação
de sua mesa", disse Sardenberg.
O BC subiu os juros para tornar
os investimentos em reais mais
atrativos. Também para fazer com
que os dólares deixassem o país
para investimento nos títulos da
dívida externa, negociados no
mercado externo, como por
exemplo o IDU.
Esse papel, sem risco cambial,
pagava ontem juros de 21%, uma
queda conta os 29,85% praticados
anteontem. Considerando-se uma
valorização estimada de 7,5% do
dólar contra o real neste ano, o
IDU estava pagando 30% ontem,
menos do que os juros do over. Por isso, dizem analistas, se o otimismo considerar, o governo terá espaço para cortar os juros.
No mercado futuro, os bancos apostaram nesse corte ainda este mês. Nos contratos para vencimento em outubro, que projetam os juros para setembro, as taxas caíram de 33,14% ao ano para 30,95% ao ano. Os juros projetados para outubro ficaram ainda mais baixos, na casa de 28,01% ao ano, contra 33,20% anteontem.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
Texto Anterior | Índice
|