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JUSTIÇA
Procuradoria acusa ex-dirigentes e controladores de fraude e evasão de divisas
Caso Nacional tem nova denúncia
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
A Procuradoria da República no
Rio apresentou à Justiça Federal
nova denúncia contra 22 ex-dirigentes e ex-gerentes dos antigos
bancos Nacional e Interbanco
(subsidiário do Nacional no Paraguai), incluindo o ex-presidente
Marcos de Magalhães Pinto, o ex-diretor-executivo Arnoldo de Oliveira e o ex-vice de Controladoria
Clarimundo Sant'Anna.
Eles são acusados pela procuradora Mônica Campos de Ré de ter
cometido os crimes de gestão
fraudulenta, de evasão de divisas e
de fazer funcionar ilegalmente
instituição financeira, previstos
na lei 7.492 (Lei do Colarinho
Branco). A acusação inclui o crime de formação de quadrilha.
Segundo a denúncia, foram remetidos do Brasil para o exterior,
de 1990 a 1995, o equivalente a, pelo menos, US$ 6 bilhões por meio
de contas no Interbanco de não-residentes no Brasil (as CC-5).
Segundo a procuradora, 99% do
capital do Interbanco era controlado pelo Nacional. O valor, diz,
resulta de perícia em apenas 30%
do material do Interbanco recebido do BC após a quebra de sigilo
bancário da instituição.
A acusação foi encaminhada à
1º Vara Federal do Rio, cujo juiz
titular, Marcos André Bizzo Moliari, condenou em janeiro 14 ex-dirigentes do Nacional a penas de
até 29 anos de prisão.
O Nacional sofreu intervenção
do BC em novembro de 1995. Sua
parte considerada boa foi vendida
ao Unibanco. A nova denúncia é
resultado do desmembramento
do inquérito original que apurou
suspeita de fraude na contabilidade do Nacional para esconder um
rombo que, na época da intervenção, era de R$ 9,2 bilhões.
A nova denúncia diz que, embora não autorizado a operar no
Brasil, o Interbanco usou "toda a
máquina administrativa do Nacional" para fazer operações supostamente irregulares.
Entre as operações estariam
empréstimos para clientes em Luxemburgo e outros paraísos fiscais; transferências de recursos
para o exterior; e internação de recursos que, antes, tinham saído
indevidamente do país.
O advogado de Magalhães Pinto, Nélio Machado, disse que não
conhece o teor da denúncia, mas
que a considera "despropositada", pois a CC-5 é uma conta regulamentada. Segundo ele, não há
irregularidade na ação do Interbanco. A Folha procurou os advogados de Oliveira e Sant'Anna.
Até as 21h30 eles não haviam se
pronunciado.
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