São Paulo, sábado, 16 de novembro de 2002

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Banco Mundial corta verba de programa social

DE BUENOS AIRES

O Banco Mundial suspendeu um empréstimo de US$ 600 milhões que financiaria o principal programa social argentino, o plano para "Chefes de Lares Desempregados".
O programa concede ajuda financeira para chefes de famílias desempregados e é, segundo afirmam os assessores do presidente Eduardo Duhalde, "a menina dos olhos do presidente".
Para levar adiante o programa, no entanto, o governo argentino contava com um empréstimo de US$ 600 milhões do Banco Mundial que, com a decisão de suspensão de pagamento, fica suspensa até que se regularize a situação da Argentina com a instituição.
Ontem, o ministro Roberto Lavagna afirmou que não havia risco de que o programa fosse afetado. "Os planos sociais nunca estiveram em jogo e nem estarão", afirmou Lavagna. Mas o ministro Jorge Matzkin (Interior) admitiu que o plano corria "algum risco" por conta da indefinição do acordo com o FMI e, agora, com o Banco Mundial -o próprio Banco Mundial já fez empréstimo de US$ 1,8 bilhão ligado ao programa.
A continuidade dos benefícios é encarada com preocupação pelo governo argentino, que sofre cada vez mais pressão para aumentar subsídios e programas de combate ao desemprego e à pobreza. Nos últimos dias, a morte de crianças nas Províncias mais pobres da Argentina -em Tucuman, na região norte do país, quatro crianças morreram por subnutrição nesta semana- causaram protestos e manifestações exigindo mais recursos para os programas sociais.
Segundo o ministro do Interior, o risco de que haja qualquer interrupção é pequeno. Ele diz, como a equipe econômica, que a Argentina não deu o calote no Banco Mundial e, oficialmente, tem 30 dias para negociar com o FMI e regularizar os pagamentos de empréstimos para as instituições.


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