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Banco Mundial corta verba de programa social
DE BUENOS AIRES
O Banco Mundial suspendeu
um empréstimo de US$ 600 milhões que financiaria o principal
programa social argentino, o plano para "Chefes de Lares Desempregados".
O programa concede ajuda financeira para chefes de famílias
desempregados e é, segundo afirmam os assessores do presidente
Eduardo Duhalde, "a menina dos
olhos do presidente".
Para levar adiante o programa,
no entanto, o governo argentino
contava com um empréstimo de
US$ 600 milhões do Banco Mundial que, com a decisão de suspensão de pagamento, fica suspensa
até que se regularize a situação da
Argentina com a instituição.
Ontem, o ministro Roberto Lavagna afirmou que não havia risco de que o programa fosse afetado. "Os planos sociais nunca estiveram em jogo e nem estarão",
afirmou Lavagna. Mas o ministro
Jorge Matzkin (Interior) admitiu
que o plano corria "algum risco"
por conta da indefinição do acordo com o FMI e, agora, com o
Banco Mundial -o próprio Banco Mundial já fez empréstimo de
US$ 1,8 bilhão ligado ao programa.
A continuidade dos benefícios é
encarada com preocupação pelo
governo argentino, que sofre cada
vez mais pressão para aumentar
subsídios e programas de combate ao desemprego e à pobreza.
Nos últimos dias, a morte de
crianças nas Províncias mais pobres da Argentina -em Tucuman, na região norte do país, quatro crianças morreram por subnutrição nesta semana- causaram protestos e manifestações
exigindo mais recursos para os
programas sociais.
Segundo o ministro do Interior,
o risco de que haja qualquer interrupção é pequeno. Ele diz, como a
equipe econômica, que a Argentina não deu o calote no Banco
Mundial e, oficialmente, tem 30
dias para negociar com o FMI e
regularizar os pagamentos de empréstimos para as instituições.
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