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Mercado Aberto
@ - guilherme.barros@uol.com.br
Lula deve atacar incertezas
para fazer o PIB crescer 5%
A desoneração de impostos
para investimentos e a redução
dos juros não serão suficientes
para fazer o PIB crescer 5%
neste ano, a meta definida pelo
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva para o seu segundo mandato. No máximo, o país irá
crescer entre 3,5% e 4%.
Para elevar a taxa de crescimento do PIB para 5%, o economista José Márcio Camargo,
sócio da consultoria Tendências, diz que o governo deveria
ter como prioridade eliminar
as incertezas que ainda predominam sobre a economia. Só
com o fim delas será possível
aumentar os investimentos
privados.
São muitas as incertezas que
povoam a economia. Entre
elas, Camargo cita, por exemplo, a falta de um marco regulatório para diversos setores, as
dúvidas que ainda existem sobre a autonomia das agências
regulatórias, a complicação tributária e a insegurança quanto
aos investimentos em infra-estrutura.
Para o economista, são esses
problemas que precisam ser
atacados prioritariamente, e
não a desoneração de impostos,
cujo efeito sobre o investimento será muito pequeno. A queda
de juros também não terá impacto tão grande sobre o PIB,
como já se observou até agora.
A Selic cai há mais de um ano e
o PIB não reagiu como supunha o governo. O crescimento
deste ano deve ficar entre 2,7%
e 3%, segundo as previsões do
mercado. A queda de juros só
aumenta o consumo.
A tese de Camargo é a de que
a taxa de investimento do setor
privado já é muito alta. Se for
excluída do PIB a carga tributária, que corresponde à parcela
de 38%, o setor privado investe
30% dos 62% que sobram. O
resto é apropriado pelo Estado.
Se for considerado o PIB total,
o setor privado investe 18,5% e
o setor público, 2%.
Segundo ele, as incertezas na
economia explicam também o
fato de o investimento no Brasil ser mais alto do que em outros países. Enquanto no resto
do mundo para cada 1% de crescimento são necessários 5% do
PIB de investimento, aqui a relação é bem maior. O país precisa de 7% do PIB para cada ponto de crescimento. Ou seja, se a
taxa de investimento, hoje em
20,5% do PIB, subir para 24%,
o país crescerá apenas 3,5%, e
não 5%, como quer Lula.
Só mesmo se o governo reduzir as incertezas, segundo o
economista, o país terá ganhos
de produtividade sobre os investimentos. Camargo também
afirma que seria importante,
para melhorar essa relação entre investimento e PIB, o governo encaminhar as reformas
estruturais, principalmente a
tributária e trabalhista, já que
existem muitas resistências à
reforma previdenciária
TOURNÉE ESPUMANTE
A espanhola Freixenet, que produz espumantes desde 1861, se prepara para lançar no Brasil, amanhã, o Tournée Freixenet Brut, produzido na Argentina. A idéia é dar ênfase no varejo nas festas de fim de ano. Para isso, a marca programou uma espécie de "tournée" gastronômica em restaurantes de São Paulo, com pratos desenvolvidos especialmente para o evento. O chef do espanhol Toro, por exemplo, colocará um prato de sua autoria durante uma semana no menu do restaurante Di Café Lounge. O mesmo ocorre entre o português A Bela Sintra e o Parigi, do grupo Fasano. Na semana seguinte, as trocas se invertem. Em 2005, a Freixenet vendeu 7,6 milhões de caixas de nove litros de espumante. Esse volume corresponde às vendas da empresa nos 120 mercados em que atua.
BOLA PARADA
Henrique Meirelles (Banco Central) embarcou ontem para a Austrália para a
reunião do G20 sábado e domingo, em Melbourne. Ele
também irá à reunião do
BIS, na segunda, em Sidney.
Ao responder ao comentário
de que tinha se esquecido de
Rogério Ceni, o goleiro artilheiro do São Paulo, quando
se comparou ao goleiro de
um time de futebol, Meirelles disse que o jogador só faz
gol de bola parada. "De bola
parada eu também faço gol",
disse Meirelles.
ESTRANGEIRO
O banco Fator e a Terravista Empreendimentos
acabam de acertar as bases
para uma operação, inédita
no Brasil, de antecipação de
recebíveis externos para o
segmento imobiliário. O
banco antecipará os valores
financiados das propriedades vendidas a estrangeiros
à Terravista, que, com a linha de crédito, poderá antecipar seu fluxo de caixa. Hoje, 84% dos proprietários no
condomínio Terravista Vilas
moram no exterior, entre
eles, italianos, espanhóis.
SACA-ROLHAS
Até o fim do ano, a Miolo
conclui sua obra da vinícola
na fazenda Fortaleza do Seival, em Candiota, na campanha gaúcha. A nova cantina
irá vinificar a safra 2007. Na
primeira fase, a estrutura terá capacidade produtiva de 2
milhões de litros. O projeto
Fortaleza do Seival Vineyards, que prevê produção
de 4 milhões de litros até
2012, terá investimento total de R$ 30 milhões. Até
agora, foram investidos
aproximadamente R$ 20
milhões.
NOVA SAFRA
A safra 2006 do Beaujolais
Nouveau desembarca hoje
no Brasil. A importadora
Mistral oferece a safra, produzida por Joseph Drouhin.
O vinho também pode ser
encontrado em alguns restaurantes de São Paulo.
MARATONA
A Fila lança, neste mês,
uma linha de confecções e
acessórios, toda produzida
no Brasil. A coleção recebeu
investimento de US$ 1 milhão.
AUTOMAÇÃO
Os profissionais do setor
de automação e sistemas industriais se reúnem entre os
dias 21 e 23, em São Paulo,
no Expo Center Norte, para
o ISA (Instrumentation,
Systems and Automation
Society) Show South America 2006. A projeção do setor
é de fechar o ano com um
crescimento de 20% em relação ao ano passado, quando movimentou R$ 2,33 bilhões.
NO ATACADO
De acordo com um levantamento do Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos do Estado de São Paulo,
houve crescimento de 10%
nas vendas da primeira
quinzena de novembro em
relação a igual período de
outubro. Nos meses anteriores, na comparação entre
outubro e setembro, o movimento nas vendas também
foi positivo em igual percentual.
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