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RETOMADA?
Presidente afirma que governo não pode mais seguir oferecendo ao mercado títulos com juros "exorbitantes"
Lula diz que bancos terão de investir em produção e emprego
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva disse ontem, em São Paulo, que o governo não pode continuar oferecendo ao mercado títulos a juros "exorbitantes" e que os
bancos terão de investir mais na
chamada "economia real".
"Os bancos podem começar a se
preparar porque vão ser motivados a ganhar dinheiro investindo
em coisas que signifiquem criação
de emprego, geração de riqueza e
distribuição de renda. E, para que
isso aconteça, o governo não pode
incentivar os bancos a ganhar dinheiro sem emprestar ao setor
produtivo, oferecendo títulos a
juros exorbitantes", disse Lula na
entrega do prêmio Brasileiro do
Ano, concedido ao ministro da
Fazenda, Antonio Palocci Filho,
promovido pela revista "Isto É".
Palocci disse que em seu primeiro ano o governo Lula cumpriu a "travessia do deserto", em
referência ao ajuste fiscal de 2003.
"Neste ano fizemos a travessia do
deserto. O ajuste foi duro, severo,
de um governo que chegou com
vontade de fazer tudo e descobriu
que a distância entre a vontade e a
possibilidade é infinita."
À tarde, Palocci dissera que a
priorização das políticas microeconômicas para 2004 é essencial
para a retomada do crescimento
econômico sustentável, pois as
políticas macroeconômicas são
insuficientes para garantir crescimento de longo prazo.
"Essa agenda microeconômica
é essencial para o crescimento do
país. Sem ela não haverá crescimento de longo prazo. Não basta
ter baixa inflação, juro em queda e
dívida equilibrada. [...] Fazemos
muita polêmica em torno de coisas absolutamente evidentes, como ordenar o Orçamento, só gastar o que se tem, pagar a dívida
que contraiu. Não me parece que
o Brasil precisa desenvolver tanto
esforço intelectual com essas
questões", disse.
Colaborou a Folha Online
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