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AVICULTURA
Estado fez bolsão de isolamento com 16 cidades
Surto de doença respiratória em aves leva SP a promover vacinação
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Para afastar o risco de disseminação da laringotraqueíte infecciosa (LTI) para além das granjas
avícolas da região de Bastos (SP, a
563 km de São Paulo), onde um
surto da doença foi detectado neste ano, uma grande campanha de
vacinação será deflagrada a partir
do próximo mês. A estimativa das
autoridades sanitárias de São
Paulo é que 13 milhões de aves sejam imunizadas.
A LTI é uma doença virótica
que ataca o sistema respiratório
das galinhas. Apesar de não afetar
a saúde humana, provoca mortandade nos plantéis e queda na
produção de ovos. É transmitida
pelo contato direto entre aves ou
por equipamentos, carcaças e esterco contaminados.
O surto de LTI em Bastos -conhecida como a "capital do
ovo"- é o primeiro oficialmente
confirmado no país. Embora existissem relatos de doenças respiratórias atípicas na região, o vírus só
foi isolado em maio deste ano.
Segundo Rosana Moraes, fiscal
do Programa Nacional de Sanidade Avícola do Ministério da Agricultura, não há comprovação sobre a origem do surto. A irrupção
da doença pode estar relacionada,
de acordo com Moraes, ao trânsito de aves de outros locais e ao uso
de vacinas virais não-autorizadas.
Visando impedir a difusão do
problema, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo criou, em setembro, um bolsão
de isolamento envolvendo os 16
municípios que apresentaram focos da doença. A medida restringiu o trânsito de aves vivas, que
passaram a sair das granjas direto
para o abate. No total, 180 granjas
foram interditadas.
Em outubro, o governo de Minas Gerais baixou portaria proibindo o ingresso de galinhas vivas
da região de Bastos no Estado. Já a
entrada de ovos e esterco ficou
condicionada à apresentação de
nota fiscal e declaração de desinfecção do veículo transportador.
Ainda não há casos diagnosticados fora de São Paulo.
As primeiras vacinas -1,8 milhão de doses- serão importadas
da Holanda. O lote de mil doses
sairá por cerca de R$ 55. Serão
duas doses por animal, com intervalo de quatro semanas entre elas.
Como a vacina é produzida a
partir do vírus atenuado, aves
imunizadas não poderão deixar o
bolsão. Em contato com o vírus
vacinal, galinhas sadias podem
desenvolver a doença.
O Sindicato dos Produtores Rurais de Bastos calcula em 10% a
perda de produtividade causada
pela doença. A mortalidade, dependendo do lote, tem atingido
de 20% a 25% dos animais, informou o diretor administrativo do
sindicato, Yasuhiko Yamanaka.
Por solicitação do sindicato,
granjeiros da região estão instalando -a R$ 9.000 cada- arcos
de desinfecção na entrada das
propriedades, para pulverização
de veículos. "Esperamos que a
doença fique restrita a essa área e
que possamos erradicá-la com a
vacinação", disse Yamanaka.
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