São Paulo, quinta-feira, 16 de dezembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CONSUMO

Recuperação da renda estimula venda à vista; comércio tem 11 meses de alta

Supermercados puxam as vendas do varejo, diz IBGE

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DO RIO

As vendas do comércio cresceram 8,46% em outubro em relação ao mesmo mês do ano passado. O índice, no entanto, mostrou uma pequena desaceleração em relação ao mês anterior, quando a alta foi de 9,25%. Com esse resultado, o varejo já acumula 11 meses de taxas positivas. No ano, a alta atinge 9,27%.
Para essa pesquisa, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) não faz comparação com o mês anterior. A receita nominal aumentou 13,4% em outubro e já acumula alta no ano de 12,24% na comparação com os dez primeiros meses de 2003.
Assim como ocorreu em setembro, o ramo de supermercados e lojas de alimentos e bebidas, no qual a maior parte das compras é à vista e não depende do crediário, foi determinante para o desempenho do comércio. Suas vendas subiram 10,65% ante outubro de 2003. Em setembro, a alta havia sido de 9,16%.
"O crescimento de supermercados é em função principalmente do aumento do emprego e da melhora do rendimento médio das pessoas ocupadas", disse Nilo Lopes de Macedo, economista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. "Até o primeiro semestre, o crédito era um fator preponderante para o crescimento do varejo. Agora, a renda já influencia."
Segundo o IBGE, a renda ainda não definiu uma trajetória firme de expansão e voltou a cair em outubro -1,2% na comparação com setembro. Em relação a outubro de 2003, porém, o rendimento cresceu 2,6%, no segundo mês consecutivo de elevação.
O setor de móveis e eletrodomésticos, que dependem mais da oferta de crédito, continuam registrando grandes altas no volume de vendas, mas menores do que no meio do ano.
Para analistas, o setor de consumo de bens duráveis teve um desempenho tão notável em 2004 que é natural que ele mostre sinais de acomodação. Até porque o endividamento das famílias já está alto e elas não trocam de geladeira ou de sofá todo mês.
Das cinco atividades de comércio pesquisadas pelo IBGE, quatro tiveram alta em relação a outubro de 2003. O grupo de tecidos, vestuário e calçados registrou queda de 1,43%.


Texto Anterior: INSS: PF prende 12 por fraude de R$ 4 milhões no RS
Próximo Texto: Supermercados vão investir R$ 1,1 bilhão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.