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São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 2003

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TELES

Holding da Telesp e da Telefônica compra Tele Centro Oeste e terá 50% do mercado; venda depende de aprovação do Cade

Celulares têm negócio de R$ 1,408 bilhão

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O processo de compras e fusões de empresas de telefonia celular, aguardado há meses pelo mercado, foi deflagrado ontem com a compra da companhia Tele Centro Oeste (TCO) pela BrasilCel (holding da Telesp Celular e da Telefônica Celular no Brasil). A partir de agora, a BrasilCel responde por 16,8 milhões de assinantes de celulares no Brasil, ou 50% do mercado.
O negócio é um dos maiores da história da telefonia no país. A BrasilCel, por via da Telesp Celular, vai pagar R$ 1,408 bilhão para comprar 61,1% das ações com direito a voto da TCO que pertencem à Fixcel -empresa do grupo brasileiro Splice, que atua também nas áreas de engenharia e construção civil.
Outros R$ 2 bilhões serão pagos para comprar as ações dos acionistas minoritários. "A compra da TCO é uma das mais importantes no ramo de telefonia em todo o mundo. A BrasilCel passa a ser uma das maiores empresas de telefonia celular do continente americano", afirmou o presidente da holding, Francisco Padinha.
O executivo afirmou que a aquisição da TCO, que atua em 11 Estados do Centro-Oeste e Norte, precisa ainda ser aprovada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

Estratégia
A TCO na realidade controla duas empresas -a Tele Centro Oeste Celular e a Norte Brasil Telecom (veja no quadro ao lado as áreas de atuação das companhias). Sua compra é um passo importante na estratégia da BrasilCel de conquistar clientes em todo o Brasil.
A BrasilCel já tinha 7 milhões de clientes da Telesp Celular Participações (empresa que controla a Telesp Celular, de São Paulo, e a Global Telecom, do Paraná e de Santa Catarina) e 6,7 milhões da Telefônica Celular, que possui as operadoras Tele Sudeste Celular, Tele Leste Celular e CRT.
Com a aquisição das 12 operadoras da TCO, holding que controla a Tele Centro Oeste e a Norte Brasil Telecom, a empresa passou a ter mais 3,1 milhões de clientes.
Padinha disse que, a partir de agora, a BrasilCel não pretende comprar mais operadoras para atuar diretamente em outros Estados, como Minas Gerais.
"Nossa prioridade agora é fechar acordos com operadoras onde não atuamos, a fim de que possamos garantir ligações digitais para nossos clientes que viajarem a outros Estados", afirmou.
Padinha deu praticamente como certa a decisão de adotar a tecnologia CDMA para todas as operadoras da BrasilCel. Algumas operadoras da TCO, no entanto, utilizam a tecnologia TDMA.
"A tecnologia CDMA será nosso padrão", disse Padinha. A BrasilCel e outras operadoras têm disputado com empresas como a TIM para não permitir que o sistema GSM conquiste o Brasil.

Minoritários
Caso a Anatel e a CVM aprovem a compra da TCO, a BrasilCel irá propor aos sócios minoritários daquela empresa a compra de suas ações por um valor 10% acima do fechado no pregão das Bolsas anteontem. O lote de mil ações TCO PN fechou o pregão de quarta-feira passada cotado a R$ 5,12.
Para adquirir a TCO, a BrasilCel gastará R$ 1 bilhão para pagar dívidas da empresa. Cerca de R$ 400 milhões serão pagos à Splice.


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