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TELES
Holding da Telesp e da Telefônica compra Tele Centro Oeste e terá 50% do mercado; venda depende de aprovação do Cade
Celulares têm negócio de R$ 1,408 bilhão
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O processo de compras e fusões
de empresas de telefonia celular,
aguardado há meses pelo mercado, foi deflagrado ontem com a
compra da companhia Tele Centro Oeste (TCO) pela BrasilCel
(holding da Telesp Celular e da
Telefônica Celular no Brasil). A
partir de agora, a BrasilCel responde por 16,8 milhões de assinantes de celulares no Brasil, ou
50% do mercado.
O negócio é um dos maiores da
história da telefonia no país. A
BrasilCel, por via da Telesp Celular, vai pagar R$ 1,408 bilhão para
comprar 61,1% das ações com direito a voto da TCO que pertencem à Fixcel -empresa do grupo
brasileiro Splice, que atua também nas áreas de engenharia e
construção civil.
Outros R$ 2 bilhões serão pagos
para comprar as ações dos acionistas minoritários. "A compra da
TCO é uma das mais importantes
no ramo de telefonia em todo o
mundo. A BrasilCel passa a ser
uma das maiores empresas de telefonia celular do continente
americano", afirmou o presidente
da holding, Francisco Padinha.
O executivo afirmou que a aquisição da TCO, que atua em 11 Estados do Centro-Oeste e Norte,
precisa ainda ser aprovada pela
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Estratégia
A TCO na realidade controla
duas empresas -a Tele Centro
Oeste Celular e a Norte Brasil Telecom (veja no quadro ao lado as
áreas de atuação das companhias). Sua compra é um passo
importante na estratégia da BrasilCel de conquistar clientes em
todo o Brasil.
A BrasilCel já tinha 7 milhões de
clientes da Telesp Celular Participações (empresa que controla a
Telesp Celular, de São Paulo, e a
Global Telecom, do Paraná e de
Santa Catarina) e 6,7 milhões da
Telefônica Celular, que possui as
operadoras Tele Sudeste Celular,
Tele Leste Celular e CRT.
Com a aquisição das 12 operadoras da TCO, holding que controla a Tele Centro Oeste e a Norte
Brasil Telecom, a empresa passou
a ter mais 3,1 milhões de clientes.
Padinha disse que, a partir de
agora, a BrasilCel não pretende
comprar mais operadoras para
atuar diretamente em outros Estados, como Minas Gerais.
"Nossa prioridade agora é fechar acordos com operadoras onde não atuamos, a fim de que possamos garantir ligações digitais
para nossos clientes que viajarem
a outros Estados", afirmou.
Padinha deu praticamente como certa a decisão de adotar a tecnologia CDMA para todas as operadoras da BrasilCel. Algumas
operadoras da TCO, no entanto,
utilizam a tecnologia TDMA.
"A tecnologia CDMA será nosso
padrão", disse Padinha. A BrasilCel e outras operadoras têm disputado com empresas como a
TIM para não permitir que o sistema GSM conquiste o Brasil.
Minoritários
Caso a Anatel e a CVM aprovem
a compra da TCO, a BrasilCel irá
propor aos sócios minoritários
daquela empresa a compra de
suas ações por um valor 10% acima do fechado no pregão das Bolsas anteontem. O lote de mil ações
TCO PN fechou o pregão de quarta-feira passada cotado a R$ 5,12.
Para adquirir a TCO, a BrasilCel
gastará R$ 1 bilhão para pagar dívidas da empresa. Cerca de R$ 400
milhões serão pagos à Splice.
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