|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Próxima estratégia pode ser nacionalização
EDMUND ANDREWS
DO "NEW YORK TIMES"
No ano passado, enquanto as
autoridades do Fed (Federal
Reserve, o banco central dos
Estados Unidos) e do Departamento do Tesouro americano
iam resgatando uma instituição atrás da outra, eles se esforçavam ao máximo para não fazer nada que cheirasse a nacionalização de banco.
Eles podem agora não ter
mais esse luxo. Com dois dos
maiores bancos do país anunciando outra rodada de enormes prejuízos, a futura administração de Barack Obama e o
Fed estão agora lidando com
instituições que são "muito
grandes para falir" e, ainda assim, incapazes de operar, já que
a economia em queda destrói o
seu capital.
Especialmente no caso do Citigroup, as perdas são tão grandes que tornam quase matematicamente impossível para o
governo realizar uma injeção
de capital grande o suficiente
sem assumir uma participação
majoritária ou pelo menos reduzir a dos atuais acionistas.
O pacote de ajuda de cerca de
US$ 120 bilhões ao Bank of
America, assim como o de US$
300 bilhões para o Citi, anunciado em novembro, é uma ginástica financeira que visa fornecer capital sem parecer que
está assumindo o controle acionário. Os funcionários do Fed e
do Tesouro conseguiram esse
objetivo ao estruturarem os
acordos como se fossem programas de seguro para enormes quantidades dos ativos
mais tóxicos dos bancos.
Em vez de gastarem dezenas
de bilhões de dólares do contribuinte americano em troca de
ações preferenciais do bancos,
que tem sido o método do Departamento do Tesouro até
agora em suas injeções de capital, o governo, na prática, liberou os bancos de seus ativos
mais problemáticos.
O problema com essa estratégia, dizem analistas, é que ela
provavelmente esconde o tamanho do risco que os contribuintes estão assumindo. Se os
ativos garantidos pelo governo
acabam valendo nada, o custo
da garantia será muito maior
do que se o Departamento do
Tesouro dos Estados Unidos tivesse resgatado os bancos simplesmente com injeções de dinheiro desde o começo.
Texto Anterior: Braço financeiro da Chrysler terá ajuda de US$ 1,5 bi Próximo Texto: Banco afirma que Brasil é país "estratégico" e descarta venda Índice
|