São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2009

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Santander demite 400 por conta de fusão com Real, diz sindicato dos bancários

DA REPORTAGEM LOCAL

O Santander demitiu cerca de 400 funcionários no país, segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo (ligado à CUT). De acordo com o sindicato, a maioria das demissões ocorreu nos centros administrativos do Santander e do Real, comprado em 2007.
Os cortes aconteceram em áreas de apoio em que havia sobreposição de funcionários em São Paulo, em decorrência do processo de fusão entre os bancos. As demissões não envolveram funcionários de agências de ambos os bancos. Procurado, o Santander não quis comentar o assunto. O banco emprega 22 mil funcionários e o Real, outros 32 mil.
"Não sei se o Santander está se aproveitando da crise para implementar essas demissões. [Os cortes] Têm mais a ver com a duplicação dos funcionários. Mas isso não se justifica porque o Santander foi o banco menos afetado pela crise. Os empresários têm se aproveitado da crise para demitir e tentar conseguir a flexibilização dos direitos dos trabalhadores", disse Rita Berlofa, diretora do sindicato e funcionária do Santander.
Os sindicalistas fizeram manifestação ontem em frente à sede do Real, na avenida Paulista, e próximo dos centros administrativos do Real e do Santander. O sindicato não descarta fazer paralisações.
Segundo os bancários, desde outubro já foram contabilizados 3.236 desligamentos, sendo 2.109 dispensas na região de São Paulo e Osasco. Os números não incluem as demissões no Santander.
Em outubro de 2008, o presidente mundial do Santander, Emilio Botín, veio ao Brasil divulgar o plano para integração do Real e minimizou a necessidade de cortes. O banco alegava uma forte complementaridade geográfica, além de alta rotatividade dos funcionários. À época, anunciou investimentos de R$ 2,5 bilhões, ganhos de sinergia de R$ 2,7 bilhões. Disse que pretendia abrir 400 agências e contratar mais funcionários.
Após comprar o Banespa em 2000, o Santander abriu um programa demissões que atraiu cerca de 8.000 dos 22.300 empregados.


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