São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2009

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Inflação ao consumidor nos EUA é a menor desde 1954

Com demanda em queda, índice subiu 0,1% em 2008

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A inflação ao consumidor nos EUA ficou praticamente estável, em 2008. Em mais um dia de más notícias para a economia americana, o Departamento do Trabalho dos EUA divulgou ontem que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) fechou o ano em 0,1%, a menor alta desde 1954.
O que poderia ser considerada uma boa notícia em outros tempos é um termômetro da economia enfraquecida. O CPI próximo à deflação reflete a forte queda do poder de consumo do americano -ou seja, quanto menos demanda, menor o preço- e o recuo nos preços do petróleo, que tiveram redução de quase 75% desde o pico de julho. A queda do petróleo permitiu o declínio nos preços de itens que vão de gasolina e óleo para calefação até passagens aéreas.
Em dezembro, o CPI teve deflação de 0,7%, marcando o terceiro mês consecutivo de queda no indicador -em novembro, houve deflação de 1,7%, e, em outubro, de 1%. O índice anual de 0,1% é bem inferior ao que era esperado pelo Fed (BC americano) -entre 1,5% e 2%. Em 2007, a inflação ao consumidor havia registrado 4,1%.
Na comparação com novembro, no mês passado os preços de energia caíram 8,3% -somando queda recorde de 21,3% em 2008-, os do transporte caíram 4,4%, as passagens aéreas tiveram queda de 1,2% e os preços dos veículos recuaram 0,4%. Os veículos tiveram queda anual de 3,2%, a maior desde 1971. Os alimentos baixaram 0,1% no mês. Habitação, responsável por 40% do CPI, não registrou alteração.
O núcleo do CPI, medida pela qual economistas avaliam o risco de deflação generalizada e que exclui a variação de preços de alimentos e de energia, itens considerados mais voláteis, subiu 1,8% em 2008, apesar da queda de 0,3% no quarto trimestre. Essa foi a menor alta do núcleo do CPI desde 2003. Em dezembro, o núcleo ficou estável em relação a novembro.
Apesar da queda da demanda, a confiança do consumidor americano registrou pequena melhora em janeiro, de acordo com o índice da Universidade de Michigan divulgado anteontem. O índice que mede esse sentimento ficou em 61,9, ante 60,1 em dezembro e 55,3 em novembro. Economistas esperavam uma leitura de 59.

Indústria
A produção em fábricas, minas e concessionárias de serviços públicos caiu 2% em dezembro -depois do declínio de 1,3% em novembro-, o que foi mais que o dobro da queda informada anteriormente, disse ontem o Federal Reserve (Fed, BC dos EUA). A utilização da capacidade instalada se igualou ao nível mais baixo desde 1983.
Em relação a dezembro de 2007, a queda foi de 7,8%. No quarto trimestre como um todo, a queda foi de 11,5% na comparação com o mesmo período de 2007. As fábricas estão reduzindo a produção e os gastos devido à queda da demanda externa e interna. As vendas ao consumidor nos Estados Unidos passam pelo período mais longo de queda em pelo menos 16 anos.

Com agências internacionais


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