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Com menos capital de fora, Bolsa cai 5,4% na semana
Diminui entrada de recursos externos; dólar vai a R$ 2,34
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A alta de ontem foi pequena
para livrar a Bovespa de encerrar a semana no vermelho. A
Bolsa de Valores de São Paulo
acompanhou a melhora do humor no mercado internacional
e subiu 0,49% ontem. Já na semana, a Bolsa acumulou desvalorização de 5,39% e desceu a
39.341 pontos.
Apesar de ter gerado animação em um primeiro momento,
a nova ajuda ao setor bancário
elevou as preocupações com a
saúde do segmento, o que acabou por esfriar os negócios. As
Bolsas subiram, mas não tiveram altas significativas.
Em Wall Street, o índice Dow
Jones teve alta de 0,84%.
Na Europa, o índice FTSEurofirst 300, que agrupa os papéis de maior liquidez da região, teve ganho de 1,17% ontem, após sete pregões de perdas. A Bolsa de Londres subiu
0,63%; a de Frankfurt, 0,68%.
A Bovespa, que vinha se beneficiando, ao menos nos primeiros dez dias do ano, do retorno de capital externo para
seu pregão, perdeu esse estímulo extra. Depois de superar
R$ 1 bilhão em entrada líquida,
o saldo das operações dos estrangeiros recuou para apenas
R$ 43,3 milhões no dia 14.
A perda de ritmo na entrada
de recursos externos no pregão
local fez a Bovespa se distanciar
de seu pico de 2009, que foram
os 42.312 pontos registrados no
dia 6. Com isso, os ganhos de janeiro estão em 4,77%.
As ações dos bancos brasileiros acompanharam a perda de
força de seus pares no exterior
e estiveram entre as baixas de
ontem na Bovespa. O papel ON
do Banco do Brasil recuou 4%;
Itaú PN perdeu 3,42%; e Bradesco PN cedeu 2,07%.
As ações preferenciais da Petrobras (que subiram 0,74%) e
as preferenciais "A" da Vale
(0,75% de alta) ajudaram a
manter a Bovespa no azul, ontem. Os dois papéis são os mais
negociados da Bolsa paulista.
"Após a forte alta da primeira
semana de 2009, o mercado
passou por movimentos de correções técnicas, intensificados
por resultados corporativos
ruins, deixando o mercado sem
tendência definida para os próximos dias", afirma Julio Martins, diretor da Prosper Gestão
de Recursos. Para a próxima semana, Martins vê como principais destaques "a posse do presidente eleito dos EUA, Barack
Obama", e "a decisão sobre a taxa de juros" no Brasil.
O dólar registrou recuo de
1,55% ontem e fechou a R$
2,343. Mas, na semana, a moeda americana avançou 3,13%.
Juros menores
Na primeira reunião do Copom, que ocorre na próxima semana, a expectativa do mercado é a de que a taxa básica Selic
seja reduzida dos atuais 13,75%
para 13% anuais. Se o Copom
decidir manter mais uma vez a
sua taxa inalterada, como em
dezembro, a reação do mercado
tende a ser bastante negativa.
Com o enfraquecimento da
ameaça inflacionária, demonstrado pelos últimos índices de
preços conhecidos, as justificativas para a manutenção dos juros em níveis mais elevados
perdeu força. Na semana, os juros projetados pelo contrato DI
que vence no fim do mês recuaram nos pregões da BM&F de
13,30% para 13,15%.
O Ibef/SP (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças/
SP) divulgou que revisou a projeção para o corte na Selic no
encontro do Copom da próxima semana de 0,50 ponto para
1 ponto percentual. "Apesar da
tendência e do histórico conservador do BC, desta vez a possibilidade de redução de 1 ponto percentual é a mais provável", afirmou Walter Machado
de Barros, presidente do conselho de administração do Ibef/
SP. "A economia brasileira está
numa situação limite."
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