São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2009

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Com menos capital de fora, Bolsa cai 5,4% na semana

Diminui entrada de recursos externos; dólar vai a R$ 2,34

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A alta de ontem foi pequena para livrar a Bovespa de encerrar a semana no vermelho. A Bolsa de Valores de São Paulo acompanhou a melhora do humor no mercado internacional e subiu 0,49% ontem. Já na semana, a Bolsa acumulou desvalorização de 5,39% e desceu a 39.341 pontos.
Apesar de ter gerado animação em um primeiro momento, a nova ajuda ao setor bancário elevou as preocupações com a saúde do segmento, o que acabou por esfriar os negócios. As Bolsas subiram, mas não tiveram altas significativas.
Em Wall Street, o índice Dow Jones teve alta de 0,84%.
Na Europa, o índice FTSEurofirst 300, que agrupa os papéis de maior liquidez da região, teve ganho de 1,17% ontem, após sete pregões de perdas. A Bolsa de Londres subiu 0,63%; a de Frankfurt, 0,68%.
A Bovespa, que vinha se beneficiando, ao menos nos primeiros dez dias do ano, do retorno de capital externo para seu pregão, perdeu esse estímulo extra. Depois de superar R$ 1 bilhão em entrada líquida, o saldo das operações dos estrangeiros recuou para apenas R$ 43,3 milhões no dia 14.
A perda de ritmo na entrada de recursos externos no pregão local fez a Bovespa se distanciar de seu pico de 2009, que foram os 42.312 pontos registrados no dia 6. Com isso, os ganhos de janeiro estão em 4,77%.
As ações dos bancos brasileiros acompanharam a perda de força de seus pares no exterior e estiveram entre as baixas de ontem na Bovespa. O papel ON do Banco do Brasil recuou 4%; Itaú PN perdeu 3,42%; e Bradesco PN cedeu 2,07%.
As ações preferenciais da Petrobras (que subiram 0,74%) e as preferenciais "A" da Vale (0,75% de alta) ajudaram a manter a Bovespa no azul, ontem. Os dois papéis são os mais negociados da Bolsa paulista.
"Após a forte alta da primeira semana de 2009, o mercado passou por movimentos de correções técnicas, intensificados por resultados corporativos ruins, deixando o mercado sem tendência definida para os próximos dias", afirma Julio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos. Para a próxima semana, Martins vê como principais destaques "a posse do presidente eleito dos EUA, Barack Obama", e "a decisão sobre a taxa de juros" no Brasil.
O dólar registrou recuo de 1,55% ontem e fechou a R$ 2,343. Mas, na semana, a moeda americana avançou 3,13%.

Juros menores
Na primeira reunião do Copom, que ocorre na próxima semana, a expectativa do mercado é a de que a taxa básica Selic seja reduzida dos atuais 13,75% para 13% anuais. Se o Copom decidir manter mais uma vez a sua taxa inalterada, como em dezembro, a reação do mercado tende a ser bastante negativa.
Com o enfraquecimento da ameaça inflacionária, demonstrado pelos últimos índices de preços conhecidos, as justificativas para a manutenção dos juros em níveis mais elevados perdeu força. Na semana, os juros projetados pelo contrato DI que vence no fim do mês recuaram nos pregões da BM&F de 13,30% para 13,15%.
O Ibef/SP (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças/ SP) divulgou que revisou a projeção para o corte na Selic no encontro do Copom da próxima semana de 0,50 ponto para 1 ponto percentual. "Apesar da tendência e do histórico conservador do BC, desta vez a possibilidade de redução de 1 ponto percentual é a mais provável", afirmou Walter Machado de Barros, presidente do conselho de administração do Ibef/ SP. "A economia brasileira está numa situação limite."


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