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COMÉRCIO
Levantamento da Fecomércio indica que liquidações puxaram o crescimento das vendas em relação a dezembro
Faturamento do varejo aumenta 2,78%
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O varejo ensaiou uma retomada
nas vendas em janeiro: houve
crescimento de 2,78% no faturamento real em relação a dezembro. O número foi obtido pela Folha e será anunciado oficialmente
amanhã pela Fecomércio (Federação do Comércio do Estado de
São Paulo). Em comparação a janeiro de 2001, entretanto, foi
constatada uma queda de 5,68%.
Esse resultado negativo em relação ao ano passado já era esperado e não causa tanta preocupação. Na virada de 2000 para 2001,
as vendas não se desaceleraram e
o comércio vendeu à vontade. Por
isso, em 2002, na comparação
com o ano passado, o mercado já
aguardava um desempenho pior.
Com base no levantamento já é
possível saber quem começou o
ano com o pé direito. Por apresentar uma expansão de 9% no faturamento real em janeiro, o comércio de bens duráveis despontou no início de 2002. No caso das
vendas físicas, a expansão foi
maior: 14,54%. Há uma diferença
entre esses dois indicadores.
O faturamento real reflete o aumento no volume de recursos que
entrou no caixa das lojas por conta do crescimento na comercialização. No resultado, já está descontado o efeito inflacionário. As
vendas físicas, por sua vez, são um
reflexo do total de unidades de
produtos vendidas no período.
Os economistas lembram que
esse desempenho positivo no setor de bens duráveis só foi constatado sete meses após o anúncio do
racionamento de energia -que
derrubou a vendas desses itens
em mais de 20%. No caso dos televisores, por exemplo, a redução
foi maior, 41%.
Logo, essa leve recuperação em
janeiro ainda não consegue inverter a série de resultados ruins que
o segmento registrou no segundo
semestre, dizem os economistas.
Efeito das promoções
O resultado positivo do varejo
no primeiro mês do ano não parece, porém, convencer a diretoria
da entidade. Ele seria reflexo, basicamente, das promoções e liquidações realizadas pelas lojas.
"Crescemos em comparação
com dezembro, mas janeiro foi
muito ruim em relação ao ano
passado", disse Abram Szajman,
presidente da Fecomércio.
Entretanto, quando ocorre
queima de estoque, os preços dos
produtos caem, o que tende a
pressionar a receita final do mês.
Mas em janeiro aconteceram promoções e o faturamento do varejo
não caiu, mas subiu (2,78%).
A própria Fecomércio explica:
"A queda nos preços não foi tão
fortes nas liquidações a ponto de
reduzir a receita", diz Szajman.
Na corda bamba
O comércio automotivo amargou um dos piores resultados no
período: houve queda de quase
25% no faturamento em relação a
janeiro de 2001.
A retração já estava sendo calculada pelas revendas. O início do
ano não promete muito para o setor, especialmente após meses
consecutivos de promoções
agressivas, com ofertas para venda de carros com juro zero.
Os fabricantes de roupas e calçados também podem reclamar,
pois apresentaram desempenhos
pífios. A queda no faturamento
real dos segmentos foi elevada:
60,1% sobre dezembro e 22,1%
em relação a janeiro de 2001.
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