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GARGALO
Para CNI, apagão logístico afetará o crescimento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CNI (Confederação Nacional
da Indústria) avalia que as más
condições de infra-estrutura no
país poderão afetar o crescimento
econômico. "O país não poderá
manter um crescimento econômico sustentado, a menos que expanda o volume e melhore a qualidade dos investimentos em infra-estrutura", avalia documento
produzido pelo Conselho de Infra-Estrutura da entidade.
De acordo com José de Freitas
Mascarenhas, presidente do conselho, a má condição da infra-estrutura, principalmente de transportes, já afeta o custo dos produtos nacionais. "O apagão [logístico] já está acontecendo", afirmou.
Ele criticou a forma como o governo gasta o pouco recurso que
tem disponível. "Além de não ter
recursos, os recursos existentes
não foram inteiramente aplicados
por questões burocráticas", disse.
Além disso, a CNI atribui aos
problemas de restrição fiscal do
Estado (necessidade de economizar para pagar juros de dívidas) a
falta de investimentos.
Segundo o documento, os investimentos da União passaram
de 1,2% do PIB (Produto Interno
Bruto) em 1989 para 0,4% do PIB
em 2003.
Mascarenhas defendeu mudanças no Ministério dos Transportes. "O ministério atual tem uma
estrutura antiga, é burocrático e
muito voltado para obras. É preciso que seja um ministério de logística e transportes", disse. Segundo ele, o ministério precisa de
mais pessoas qualificadas.
Citando números do Ministério
do Planejamento, a CNI informa
que, dos R$ 2,168 milhões autorizados para o Ministério dos
Transportes no ano passado, apenas R$ 1,082 milhão foi liquidado
-ou seja, efetivamente gasto. "O
ministério [dos Transportes] não
foi capaz de realizar as obras porque alguma coisa não está funcionando", disse Mascarenhas.
Outro lado
O secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Paulo
Sérgio Oliveira, disse que em 2005
o governo terá R$ 6,5 bilhões para
gastar na área de transporte, o
que, segundo ele, é um "ponto de
reversão" nas restrições orçamentárias do setor.
Ele disse que o DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes) terá em breve
um plano de carreiras e haverá
concurso público. Segundo Oliveira, o volume de recursos liquidados não é o melhor parâmetro
para acompanhar a execução orçamentária.
Para ele, é preciso verificar o
quanto foi empenhado. No caso
do Ministério dos Transportes, o
total empenhado é muito próximo do que havia sido liberado pelo Ministério do Planejamento.
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