São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

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GARGALO

Para CNI, apagão logístico afetará o crescimento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) avalia que as más condições de infra-estrutura no país poderão afetar o crescimento econômico. "O país não poderá manter um crescimento econômico sustentado, a menos que expanda o volume e melhore a qualidade dos investimentos em infra-estrutura", avalia documento produzido pelo Conselho de Infra-Estrutura da entidade.
De acordo com José de Freitas Mascarenhas, presidente do conselho, a má condição da infra-estrutura, principalmente de transportes, já afeta o custo dos produtos nacionais. "O apagão [logístico] já está acontecendo", afirmou.
Ele criticou a forma como o governo gasta o pouco recurso que tem disponível. "Além de não ter recursos, os recursos existentes não foram inteiramente aplicados por questões burocráticas", disse.
Além disso, a CNI atribui aos problemas de restrição fiscal do Estado (necessidade de economizar para pagar juros de dívidas) a falta de investimentos.
Segundo o documento, os investimentos da União passaram de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) em 1989 para 0,4% do PIB em 2003.
Mascarenhas defendeu mudanças no Ministério dos Transportes. "O ministério atual tem uma estrutura antiga, é burocrático e muito voltado para obras. É preciso que seja um ministério de logística e transportes", disse. Segundo ele, o ministério precisa de mais pessoas qualificadas.
Citando números do Ministério do Planejamento, a CNI informa que, dos R$ 2,168 milhões autorizados para o Ministério dos Transportes no ano passado, apenas R$ 1,082 milhão foi liquidado -ou seja, efetivamente gasto. "O ministério [dos Transportes] não foi capaz de realizar as obras porque alguma coisa não está funcionando", disse Mascarenhas.

Outro lado
O secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Oliveira, disse que em 2005 o governo terá R$ 6,5 bilhões para gastar na área de transporte, o que, segundo ele, é um "ponto de reversão" nas restrições orçamentárias do setor.
Ele disse que o DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes) terá em breve um plano de carreiras e haverá concurso público. Segundo Oliveira, o volume de recursos liquidados não é o melhor parâmetro para acompanhar a execução orçamentária.
Para ele, é preciso verificar o quanto foi empenhado. No caso do Ministério dos Transportes, o total empenhado é muito próximo do que havia sido liberado pelo Ministério do Planejamento.


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