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TRABALHO
Apesar do avanço em janeiro, IBGE aponta tendência de estabilidade; São Paulo e Minas puxam contratações
Emprego e renda voltam a subir na indústria
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Depois de dois meses consecutivos em queda, o emprego na indústria reagiu: cresceu 0,4% na
comparação com dezembro, já
descontados os efeitos típicos de
cada período, segundo o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística).
O rendimento do trabalhador
da indústria também se recuperou. A folha de pagamento (salários, horas extras, bônus, benefícios e outras premiações) do setor
subiu 6,2% em relação a dezembro, também na taxa livre de efeitos sazonais. O indicador havia
iniciado em outubro do ano passado uma série de três retrações
seguidas.
Apesar do avanço de janeiro, o
IBGE ressalta que, ao analisar a
variação média do emprego na indústria nos três últimos meses, os
índices mostram uma tendência
de estabilidade, acompanhando o
movimento da produção.
"Há também no caso do emprego uma tendência de acomodação, observada nos últimos meses
na atividade industrial", disse André Macedo, economista da Coordenação de Indústria do IBGE.
Em janeiro, a produção caiu 0,5%
na comparação com dezembro.
Em relação a janeiro de 2004, o
emprego na indústria cresceu
3,2%, na 11ª alta consecutiva nesse
tipo de comparação.
Das 14 regiões pesquisadas pelo
IBGE, 12 contrataram mais do que
demitiram em janeiro. As indústrias de São Paulo (alta de 2,6%
em relação dezembro) e Minas
Gerais (5,3%) foram as que tiveram maior impacto positivo na
geração de novos empregos.
De acordo com Macedo, a liderança de São Paulo se explica pelo
fato de os setores que estão criando mais vagas terem forte presença no Estado. Em nível nacional,
os ramos que mais contribuíram
para o aumento do emprego foram os de máquinas e equipamentos (9,4%), alimentos e bebidas (5,9%) e meios de transporte
(indústria automobilística), cuja
alta foi de 13,3%. Todos esses segmentos, diz, têm forte peso na estrutura da indústria paulista.
Menos inflação, mais renda
Para Macedo, o recuo da inflação de dezembro para janeiro
-de 0,86% para 0,58%, segundo
o IPCA- possibilitou a recomposição da renda do trabalhador
da indústria. Isso porque, em geral, o empregado do setor é formal
e tem seus dissídios atrelados a
um índice de preços.
A forte expansão do rendimento, porém, também foi inflada artificialmente. É que, apesar de o
índice sofrer ajuste sazonal (que
exclui influências características
de cada período do ano), muitas
pessoas tiram férias em janeiro.
Com isso, recebem o abono de
um terço do salário, o que eleva os
rendimentos naquele mês.
Tal movimento não é excluído
pelo modelo de ajustamento sazonal, diferentemente do pagamento do décimo terceiro, por
exemplo.
Assim como no caso do emprego, a folha de pagamento aumentou em 12 dos 14 locais pesquisados. Mais uma vez, São Paulo teve
o maior impacto positivo, com
crescimento de 5,3% na comparação com janeiro de 2004.
Para o Iedi (Instituto de Estudos
para o Desenvolvimento Industrial), a melhora do mercado de
trabalho industrial em janeiro foi
provocada pelo bom desempenho do setor em dezembro, quando a produção havia subido 1,2%.
Em janeiro, porém, a realidade é
outra: a produção voltou a cair, o
que coloca a recuperação do emprego em dúvida, de acordo com
o Iedi.
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