São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 2005

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AGRONEGÓCIO

Prazos vão de 1 a 3 anos

Dívida de R$ 2,62 bi de produtor é prorrogada

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O CMN (Conselho Monetário Nacional) autorizou ontem a prorrogação de R$ 2,62 bilhões de dívidas dos produtores de algodão, arroz, milho, trigo e soja. As dívidas são referentes a empréstimos com recursos do BNDES para investimento.
A medida já havia sido anunciada pelo ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) no início do mês, em evento com agricultores em Rio Verde (GO).
Para os produtores que estão em áreas onde foi declarada oficialmente emergência ou calamidade pública por causa da seca, a prorrogação será por até um ano depois do vencimento do contrato de financiamento. Os contratos em geral têm de cinco a oito anos de duração. Para os agricultores que plantam em áreas onde não foi declarada emergência, o parcelamento será por três anos.
A principal reivindicação do agricultores, no entanto, não foi atendida. Eles queriam pagar apenas 20% do valor dos empréstimos para custeio da produção (compra de sementes, adubos e defensivos, por exemplo) que venceriam neste ano e parcelar o restante por quatro anos.
De acordo com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, não haverá negociação genérica. "As negociações serão feitas caso a caso, de acordo com o que estabelece o "Manual das Operações de Crédito" do banco", disse.
Para os produtores de trigo que tinham parcelas de financiamento de custeio vencidas ou vencendo até este mês, no entanto, houve uma medida de renegociação generalizada. O pagamento das dívidas poderá ser feito em três parcelas mensais, de junho a agosto.
Os agricultores reclamam que não têm condições de pagar seus empréstimos porque os preços dos produtos caíram, o custo de produção aumentou, o dólar se desvalorizou em relação ao real (o que prejudica o ganho com as exportações) e porque, em algumas regiões, como no Sul, houve quebra de safra causada pela seca.


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