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BANCOS
Com ativos de R$ 52,5 bi, instituição holandesa continua na 4ª posição no ranking, mas está mais perto do Santander
ABN compra o Sudameris por R$ 2,29 bi
ÉRICA FRAGA
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Há mais de um ano à venda, o
banco Sudameris, controlado pelo grupo italiano Intesa, foi vendido ontem ao holandês ABN Amro
Real. O valor total do negócio é de
R$ 2,29 bilhões ( 687,9 milhões),
dos quais R$ 525 milhões serão
pagos à vista e o restante em ações
do Real.
Com a aquisição, os ativos do
ABN Amro saltarão para R$ 52,5
bilhões, o equivalente a 7,7% do
total dos bancos privados. Embora permaneça na quarta posição
do ranking das maiores instituições, o ABN agora encosta no
Santander, que possui R$ 54,5 bilhões em ativos, de acordo com
dados da ABM Consulting com
base nos balanços de 2002.
Segundo Fábio Barbosa, presidente do banco holandês, as negociações tiveram uma primeira
rodada em 2001, quando os controladores italianos colocaram o
banco à venda.
"Fomos a Milão para conversar,
pois vimos que se tratava de um
ativo que complementava nossos
negócios", diz Barbosa.
Na época, o grupo Intesa acabou fechando um acordo com o
Itaú, que se comprometeu a pagar
um ágio de US$ 925 milhões sobre
o patrimônio líquido de R$ 1,2 bilhão do Sudameris. O negócio, no
entanto, fez água. Com a forte
desvalorização do real em 2002,
segundo o Itaú, o preço acabou ficando muito alto.
Com isso, em dezembro passado o ABN retomou os contatos
com o grupo Intesa. No páreo
também estavam o Bradesco e o
Unibanco, sendo que o último já
havia participado da rodada de
negociações em 2001.
Agora, na reta final, segundo a
Folha apurou, a disputa estava
entre o ABN e o Bradesco. O banco holandês acabou, no entanto,
oferecendo o melhor lance.
Um dos motivos que teriam levado o Bradesco a desistir do negócio foi o fato de que o Itaú, seu
principal concorrente, já havia tido acesso a informações confidenciais do Sudameris enquanto
analisava sua aquisição.
Segundo Barbosa, o Sudameris
complementa a estrutura do
ABN, aumentando a presença do
banco holandês nas principais capitais da região Sudeste.
"Neste momento de concentração bancária, esse negócio reforça
nosso compromisso com o país",
afirmou Barbosa.
Para Erivelto Rodrigues, da
Austin Asis, o negócio foi o primeiro movimento significativo de
investimento de um banco estrangeiro no país depois da saída
de várias instituições de fora.
O Sudameris resultou da compra do América do Sul pelo Intesa, em 1998. Esse banco carregava
financiamentos concedidos à
Cooperativa Agrícola de Cotia,
que não foram pagos, gerando
perdas para o Sudameris. Em
1999 e em 2000, o banco registrou
prejuízos. Nos dois últimos anos,
segundo analistas, os balanços
mostraram uma melhora. "O Sudameris teve lucro em 2001 e em
2002 e melhorou seu índice de eficiência", diz Fernando Coelho,
analista da ABM Consulting.
O índice de eficiência mede a relação entre as receitas do banco e
suas despesas. Quanto menor esse indicador, melhor a saúde do
banco. Em 1999, esse índice era de
130% e veio caindo, até chegar em
69% no ano passado. A média dos
bancos de varejo é de 58%.
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