São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 2002

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Cliente paga a mais e não recebe nenhum produto

DA SUCURSAL DO RIO

Quando em 1998 resolveu mobiliar o apartamento onde mora, em Paracambi (Baixada Fluminense), com as últimas novidades que o real permitia comprar em utilidades para o lar, a enfermeira Erika Pereira, 30, não imaginava que estaria prestes a pagar a primeira prestação de um grande problema.
Cliente da Buri Administradora de Consórcios S/C Limitada -cuja liquidação foi decretada ontem pelo Banco Central-, a enfermeira somente ontem teve a certeza do alto custo do sonho de consumo: R$ 1,8 mil, que não deverão ser ressarcidos integralmente, segundo lhe adiantaram os funcionários do consórcio.
Pagos em 36 parcelas, para adquirir uma lavadora, um microondas e um aparelho de ar-condicionado, o valor já superou em R$ 526 o custo de mercado dos três aparelhos. Como não bastasse ter quitado a última parcela em abril do ano passado, Erika nunca recebeu os aparelhos.
"Desde então, sempre que cobrava deles os produtos, alegavam que estavam em dificuldades com inadimplência. Prometiam, no entanto, que assim que os problemas fossem resolvidos, eles me dariam as mercadorias", afirmou a enfermeira, que ainda sofreu nos últimos meses para provar que não estava em débito com três parcelas do microondas.
Ela soube da liquidação do consórcio ontem à tarde, na sede da Buri, no centro do Rio.
Lá também estava o autônomo Renato Amparo, 36. Amparo ficou sabendo da liquidação por meio de um amigo. Resolveu cobrar o ar-condicionado prometido pelo consórcio, cuja última parcela quitara em dezembro.



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