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FolhaInvest
Turbulência testa perfil de risco do aplicador
Dicas ajudam a montar carteira de investimento adequada a cada estilo (moderado, agressivo ou conservador) e a evitar solavancos
Segundo especialistas, se a instabilidade do mercado traz apreensão ao aplicador, significa que o portfolio não foi bem escolhido no início
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
A BM&FBovespa até ensaiou, no começo da semana
passada, voltar a subir após baixas com as dúvidas sobre a crise
europeia. Mas o ânimo com o
socorro à Grécia deu lugar a novos temores e uma certeza: as
turbulências não acabaram.
Assustados com os prejuízos
sofridos, nestas horas muitos
investidores pensam em reavaliar a composição da sua carteira de investimentos, trocando
ativos e produtos arriscados
por outros mais conservadores.
"Se essa vontade existe, é
porque tinha alguma coisa errada no início. Quem perdeu o
sono estava equivocado", diz
Humberto Veiga, autor de
"Tranquilidade Financeira -
Saiba como Investir no Seu Futuro" (editora Saraiva).
A escolha dos lugares onde se
vai colocar as economias pessoais ou familiares deve sempre levar em conta que certas
opções -como a Bolsa de Valores- estão mais sujeitas a chacoalhões inesperados.
Por isso, essas opções devem
ser consideradas somente no
caso de os objetivos para aquele
dinheiro serem de longo prazo,
porque, caso seja necessário sacá-lo, as chances de perder dinheiro serão maiores.
O ponto fundamental a ser
observado na hora de montar
uma carteira de investimento é
a análise do perfil de risco individual. "Primeiro, é preciso se
conhecer", diz Silvio Paixão,
professor da Fipecafi.
Isso significa saber de quanto
dinheiro se dispõe para aplicar,
em quanto tempo será feito o
resgate, o destino final que será
dado aos recursos e o momento
de vida do investidor.
Ouvir ainda a opinião dos familiares é bastante indicado
para evitar dissabores. Aí dá para quantificar quanto risco é
possível correr.
Primeiros passos
De maneira geral, quanto
mais longe estiver o prazo final
para a utilização das economias, maior a parcela de recursos que pode ser colocada em
aplicações de risco, aquelas que
oscilam com grande frequência, como as ações de empresas.
De 20% a 25% da carteira pode ser reservado a tais aplicações, no caso de um investidor
agressivo, aquele que gosta de
emoções fortes (e que pode suportar, emocional e financeiramente, algumas perdas, pelo
menos no curto prazo).
O moderado é o que prefere a
segurança. Porém, entende
que, para conseguir rendimentos melhores, precisa correr alguns riscos também.
Nessa situação, o que os analistas recomendam é deixar de
10% a 15% das reservas em aplicações arrojadas e entre 30% e
35% nas de médio risco, como
os fundos multimercados, que
colocam os recursos do investidor em diversos tipos de ativos
ligados à Bolsa ou aos juros.
O conservador é aquele que
não suporta levar sustos. Por isso, deve colocar quase a totalidade do seu dinheiro em aplicações de baixo risco.
Entre elas, estão os fundos de
renda fixa ou DI e títulos públicos, que podem ser adquiridos
pelo Tesouro Direto. Se quiser
aumentar um pouco o seu retorno, o conservador pode destinar uma parcela pequena para aplicações de médio risco.
Receita básica
"Toda a estruturação de carteira só deve ser feita depois
que a pessoa tem guardado um
dinheiro para emergências",
explica Rogério Bastos, sócio-diretor da consultoria FinPlan.
Essa reserva tem que corresponder a pelo menos seis meses de despesas domésticas e
ser colocada em uma aplicação
de baixo risco, que permita o
resgate imediato pelo investidor, caso seja necessário.
"Poupança ou um fundo DI
são boas alternativas. Só depois
disso é que nasce o investidor
de verdade", afirma Bastos.
Ainda segundo ele, ficar mudando a carteira de investimento quando o mercado está
nervoso é temerário, porque é
muito difícil acertar a hora de
entrar e sair de uma aplicação.
"O ideal é fazer uma escolha
consciente e deixar o dinheiro
se multiplicar", diz.
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