São Paulo, sábado, 17 de maio de 1997.



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AUTOMÓVEIS
Segundo o presidente da montadora, a intenção é treinar funcionários e aumentar o número de horas extras
Ford quer crescer 25% sem contratar

CLAUDIA GONÇALVES
da Reportagem Local

A Ford planeja ampliar em 25% a produção de automóveis na sua fábrica localizada em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, no segundo semestre deste ano. Com isso, passará de 1.000 para 1.250 unidades por dia.
O principal motivo do crescimento é a grande demanda pelo Ford Ka, lançado em fevereiro passado.
A produção do Ka, que atualmente é de 300 unidades diárias, deve chegar a 500 unidades entre agosto e setembro próximos.
De acordo com o presidente da empresa, Ivan Fonseca e Silva, o aumento da produção será obtido apenas com o treinamento de funcionários e o aumento das horas extras. Silva descarta contratações.
"Podemos ampliar a produção com o mesmo número de empregados", avalia.
A fábrica de São Bernardo do Campo tem hoje 7.000 funcionários trabalhando em dois turnos e já opera com plena capacidade.
Mesmo aumentando a produção do Ka, a Ford continua apostando no Fiesta como carro-chefe de suas vendas. Em abril, o modelo teve 9.691 unidades comercializadas, seu melhor resultado desde outubro do ano passado. O Ka registrou 4.951 unidades vendidas e o Escort, 4.947.
Entre os modelos importados, foram comercializados 373 Ford Taurus e 1.499 Ford Mondeo.
A montadora, que detém atualmente 14,6% do mercado nacional, também pretende ampliar este ano sua participação. A picape Fiesta, a ser lançada até o final de 97, é parte dessa estratégia.
"Este é um ano chave para nós. Queremos ampliar nossa fatia de mercado e sustentá-la a partir do ano que vem, quando novas montadoras chegarão ao país e a competição será maior", diz Silva.
Mas a Ford não pretende, por enquanto, fabricar o Mondeo no Brasil. Na avaliação de Silva, o Mondeo só será produzido no país quando o consumo chegar a 50 mil unidades/ano. Hoje as vendas giram em torno de 15 mil unidades/ano.
Em abril a empresa registrou seu melhor desempenho de vendas nos 78 anos em que opera no Brasil, com 27.147 veículos comercializados.
"Enquanto a indústria automobilística nacional aumentou em 20% suas vendas, as nossas cresceram 45%", afirma Silva.
Restrição ao consumo
Segundo o presidente da Ford o aumento de cerca de 6% nas prestações dos financiamentos -gerado pelo crescimento da alíquota do IOF- está sendo "bem gerenciado" pelos consumidores.
"Esperamos que não ocorram mais medidas de restrição ao consumo. Se isso ocorrer, vai significar demissões."



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