São Paulo, sábado, 17 de maio de 1997.



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BANCOS
Grupo Fragoso Pires deve mais de R$ 100 mi; BNDES pode não receber empréstimo
Liquidação do Vega afeta empresas

da Sucursal de Brasília

A liquidação extrajudicial do banco Vega, do Rio de Janeiro, pelo Banco Central, atingiu o grupo Fragoso Pires, que adquiriu, em 1992, em leilão de privatização, a Companhia Nacional de Álcalis, maior produtora de sal do país.
O Vega fazia parte das empresas do empresário carioca José Carlos Fragoso Pires, que está com seus bens indisponíveis depois da liquidação, decretada na quinta-feira.
O grupo Fragoso Pires tem dívidas superiores a R$ 100 milhões junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Como as empresas do empresário carioca vêm enfrentando dificuldades financeiras, o BNDES poderá deixar de receber o valor emprestado, caso o grupo não cumpra seus compromissos financeiros.
O BNDES não quis comentar o assunto, alegando que não fala sobre as negociações com seus devedores devido ao sigilo bancário.
O BC liquidou anteontem mais duas instituições financeiras: o Banfort (Banco Fortaleza S/A), com sede em São Paulo, e o Empresarial S/A, de São José do Rio Preto (451 km a noroeste da capital paulista).
Falta de Liquidez

O diretor de Fiscalização do Banco Central, Cláudio Mauch, disse que os controladores dos três bancos foram chamados para conversar sobre suas dificuldades de liquidez (falta de dinheiro em caixa para honrar os compromissos diários).
Algumas propostas para a venda do controle acionário dos bancos chegaram a ser discutidas, mas nenhuma instituição financeira se enquadrou nos padrões exigidos pelo Banco Central para adquirir os bancos que acabaram sendo fechados.
O Vega estava tomando diariamente R$ 9 milhões de empréstimos de outros bancos para fechar seu caixa, segundo Mauch.
O banco de Fragoso Pires, armador e conhecido na sociedade carioca, tinha apenas duas agências, 71 funcionários, R$ 500 mil em depósitos à vista e R$ 25 milhões em depósitos a prazo.
A FHE (Fundação Habitacional do Exército) pode ter prejuízo de R$ 39 milhões com a liquidação do Banfort. O valor havia sido investido no banco no segundo semestre do ano passado.
O Centro de Comunicação Social do Exército informou que os associados não serão atingidos pela liquidação do Banfort.
Isso porque, os recursos aplicados eram próprios da FHE. A fundação é uma entidade de direito privado, supervisionada pelo Ministério do Exército.



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