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BANCOS
Grupo Fragoso Pires deve mais de R$ 100 mi; BNDES pode não receber empréstimo
Liquidação do Vega afeta empresas
da Sucursal de Brasília
A liquidação extrajudicial do
banco Vega, do Rio de Janeiro, pelo Banco Central, atingiu o grupo
Fragoso Pires, que adquiriu, em
1992, em leilão de privatização, a
Companhia Nacional de Álcalis,
maior produtora de sal do país.
O Vega fazia parte das empresas
do empresário carioca José Carlos
Fragoso Pires, que está com seus
bens indisponíveis depois da liquidação, decretada na quinta-feira.
O grupo Fragoso Pires tem dívidas superiores a R$ 100 milhões
junto ao BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e
Social).
Como as empresas do empresário carioca vêm enfrentando dificuldades financeiras, o BNDES
poderá deixar de receber o valor
emprestado, caso o grupo não
cumpra seus compromissos financeiros.
O BNDES não quis comentar o
assunto, alegando que não fala sobre as negociações com seus devedores devido ao sigilo bancário.
O BC liquidou anteontem mais
duas instituições financeiras: o
Banfort (Banco Fortaleza S/A),
com sede em São Paulo, e o Empresarial S/A, de São José do Rio
Preto (451 km a noroeste da capital
paulista).
Falta de Liquidez
O diretor de Fiscalização do Banco Central, Cláudio Mauch, disse
que os controladores dos três bancos foram chamados para conversar sobre suas dificuldades de liquidez (falta de dinheiro em caixa
para honrar os compromissos diários).
Algumas propostas para a venda
do controle acionário dos bancos
chegaram a ser discutidas, mas nenhuma instituição financeira se
enquadrou nos padrões exigidos
pelo Banco Central para adquirir
os bancos que acabaram sendo fechados.
O Vega estava tomando diariamente R$ 9 milhões de empréstimos de outros bancos para fechar
seu caixa, segundo Mauch.
O banco de Fragoso Pires, armador e conhecido na sociedade carioca, tinha apenas duas agências,
71 funcionários, R$ 500 mil em depósitos à vista e R$ 25 milhões em
depósitos a prazo.
A FHE (Fundação Habitacional
do Exército) pode ter prejuízo de
R$ 39 milhões com a liquidação do
Banfort. O valor havia sido investido no banco no segundo semestre
do ano passado.
O Centro de Comunicação Social
do Exército informou que os associados não serão atingidos pela liquidação do Banfort.
Isso porque, os recursos aplicados eram próprios da FHE. A fundação é uma entidade de direito
privado, supervisionada pelo Ministério do Exército.
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