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EMERGENTE EM ALTA
Papel brasileiro tem cotação recorde e taxa de risco brasileira volta ao nível de fevereiro de 2001
Risco fecha abaixo de 700 pontos após 2 anos
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A maior procura por papéis da
dívida brasileira no mercado internacional levou o risco-país a
seu menor nível desde fevereiro
de 2001. Os C-Bonds alcançaram
nova cotação recorde, após a alta
de 0,75% registrada ontem.
O risco-país fechou em 696
pontos, com baixa de 4,13%. No
ano, o indicador acumula desvalorização de 52%. Os títulos mais
negociados da dívida brasileira,
os C-Bonds, fecharam vendidos a
US$ 0,9288. Esses papéis já subiram 38% neste ano.
O interesse por títulos de outros
países latino-americanos no mercado internacional também tem
sido forte. Isso tem ajudado a derrubar o risco-país de vários deles.
Somente neste mês, o risco-país
do México acumula baixa de
5,9%. O da Venezuela tem queda
de 10,5%, e o risco do Equador registra recuo de 4% no período.
"Com a perspectiva de corte nos
juros pagos pelos EUA, os títulos
de países latino-americanos, com
destaque para os brasileiros, têm
sido bastante beneficiados", afirma o diretor de tesouraria do banco Fator, Sérgio Machado.
Medido pelo banco JP Morgan,
o risco-país funciona como uma
espécie de termômetro da confiança dos investidores em um governo honrar seus compromissos. Quanto mais elevado o risco-país, maior a perspectiva de uma
moratória ser dada. Em 2002, no
período que antecedeu as eleições
presidenciais de outubro, o risco
do Brasil superou os 2.300 pontos.
Custos menores
No mercado, analistas financeiros já começam a especular com a
possibilidade de o governo brasileiro aproveitar o risco-país mais
baixo para fazer uma nova emissão. Na semana passada, o Banco
Central emitiu títulos no mercado
internacional para conseguir empréstimo de US$ 1,25 bilhão. A demanda teria sido 3,6 vezes maior
que o captado, o que indica que
ainda há investidores interessados em aplicar em títulos brasileiros. "O mercado segue olhando
com interesse para o Brasil, o que
pode favorecer uma nova emissão
soberana em breve", diz Hélio
Osaki, analista da Finambrás.
O risco-país representa a sobretaxa paga por papéis de diferentes
países em comparação aos juros
de títulos semelhantes do Tesouro dos EUA. Esses títulos são considerados aplicação de risco zero.
Por isso, seu rendimento serve como um piso para a cobrança de
juros em empréstimos concedidos no mercado internacional.
Um risco-país de 700 pontos, por
exemplo, indica que os papéis
desse país pagariam prêmio sete
pontos percentuais acima das taxas pagas pelos títulos dos EUA.
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