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São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

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EMERGENTE EM ALTA

Papel brasileiro tem cotação recorde e taxa de risco brasileira volta ao nível de fevereiro de 2001

Risco fecha abaixo de 700 pontos após 2 anos

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A maior procura por papéis da dívida brasileira no mercado internacional levou o risco-país a seu menor nível desde fevereiro de 2001. Os C-Bonds alcançaram nova cotação recorde, após a alta de 0,75% registrada ontem.
O risco-país fechou em 696 pontos, com baixa de 4,13%. No ano, o indicador acumula desvalorização de 52%. Os títulos mais negociados da dívida brasileira, os C-Bonds, fecharam vendidos a US$ 0,9288. Esses papéis já subiram 38% neste ano.
O interesse por títulos de outros países latino-americanos no mercado internacional também tem sido forte. Isso tem ajudado a derrubar o risco-país de vários deles. Somente neste mês, o risco-país do México acumula baixa de 5,9%. O da Venezuela tem queda de 10,5%, e o risco do Equador registra recuo de 4% no período.
"Com a perspectiva de corte nos juros pagos pelos EUA, os títulos de países latino-americanos, com destaque para os brasileiros, têm sido bastante beneficiados", afirma o diretor de tesouraria do banco Fator, Sérgio Machado.
Medido pelo banco JP Morgan, o risco-país funciona como uma espécie de termômetro da confiança dos investidores em um governo honrar seus compromissos. Quanto mais elevado o risco-país, maior a perspectiva de uma moratória ser dada. Em 2002, no período que antecedeu as eleições presidenciais de outubro, o risco do Brasil superou os 2.300 pontos.

Custos menores
No mercado, analistas financeiros já começam a especular com a possibilidade de o governo brasileiro aproveitar o risco-país mais baixo para fazer uma nova emissão. Na semana passada, o Banco Central emitiu títulos no mercado internacional para conseguir empréstimo de US$ 1,25 bilhão. A demanda teria sido 3,6 vezes maior que o captado, o que indica que ainda há investidores interessados em aplicar em títulos brasileiros. "O mercado segue olhando com interesse para o Brasil, o que pode favorecer uma nova emissão soberana em breve", diz Hélio Osaki, analista da Finambrás.
O risco-país representa a sobretaxa paga por papéis de diferentes países em comparação aos juros de títulos semelhantes do Tesouro dos EUA. Esses títulos são considerados aplicação de risco zero. Por isso, seu rendimento serve como um piso para a cobrança de juros em empréstimos concedidos no mercado internacional. Um risco-país de 700 pontos, por exemplo, indica que os papéis desse país pagariam prêmio sete pontos percentuais acima das taxas pagas pelos títulos dos EUA.


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