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Mercado Aberto
Guilherme Barros
"Brasil precisa de líderes", diz best-seller
O Brasil precisa de grandes
líderes. O diagnóstico é do escritor best-seller norte-americano James C. Hunter, autor
dos sucessos "O Monge e o Executivo" e "Como se Tornar um
Líder Servidor", em primeiro e
segundo lugar, respectivamente, na lista dos mais vendidos
do país.
Consultor-chefe da J. D. Associados -empresa de consultoria de relações de trabalho e
treinamento-, Hunter diz que
"bons gerentes não são suficientes" para uma empresa.
As observações são feitas
com base em 20 anos de experiência em liderança funcional
e organização de grupos comunitários. Desde agosto de 2005,
Hunter veio quatro vezes ao
Brasil. Para 2006, quatro outras visitas estão agendadas.
Leia trechos da entrevista.
FOLHA - Como o sr. avalia o mercado de negócios brasileiro?
JAMES C. HUNTER - O Brasil hoje
emerge globalmente como um
legítimo "player" econômico.
Nos últimos dois anos, eu li
mais sobre os negócios brasileiros em publicações norte-americanas que em dez anos. A minha preocupação é que os negócios do país não usem todo o
potencial das pessoas e que
continuem a ser gerenciados
pelo método "comando e controle", em vez de usar os princípios do Líder Servidor. Como
utilizar a energia e o talento
dormentes na maioria das organizações? Como capturar os
corações das pessoas, mentes,
espíritos, criatividade e excelência? Essas qualidades ficam
dormentes quando a liderança
apropriada não é praticada.
FOLHA - Como é se tornar um guru
para empresários e um best-seller
em um país como o Brasil?
HUNTER - Há um provérbio antigo que diz "quando o pupilo
está pronto, o professor chega".
Eu acredito que o Brasil agora
está pronto para a mensagem
do Líder Servidor -o tempo é
certo. Líderes de empresas no
Brasil devem abrir os olhos para esse fenômeno e reconhecer
que as pessoas querem e precisam mais de seus superiores.
FOLHA - Que conselho o sr. dá para
os empresários brasileiros?
HUNTER - Eu acredito que os
empresários brasileiros têm
que aprender que ter bons gerentes não é bom o suficiente
para competir em uma economia global. É preciso desenvolver grandes líderes. É preciso
ter um time de liderança grande e bem-treinado que possa
atingir as pessoas e envolvê-las
com o espírito, criatividade e
excelência.
FOLHA - Quais os principais problemas dos negócios do Brasil?
HUNTER - O Brasil é um país
com fontes naturais riquíssimas e há muita coisa ainda
inexplorada. O Brasil necessita
da mesma coisa que os Estados
Unidos precisam, de grandes lideranças em todos os níveis de
governo e negócios para usar o
potencial que existe na terra e
nas pessoas. Tudo recai na liderança.
SANTA PARA EXPORTAÇÃO
Um carregamento de 1.300 bolsas parte esta semana da fábrica da Santa Marinella para Nova York. Os produtos marcam o contrato da grife com a rede norte-americana Botticelli. As exportações da empresa começaram há cerca de três
anos e já representam 19% do faturamento. "Os contratos já
estão se solidificando. A Botticelli, hoje, é nossa melhor
cliente", diz Estefânia Pelayo diretora de marketing da Santa Marinella. Dinamarca e Canadá são outros dois mercados
consolidados da grife. "Agora, estamos começando um projeto na Inglaterra, com algumas multimarcas, por meio de representantes", afirma Pelayo. Os produtos vendidos no exterior têm o mesmo design e acabamento dos nacionais.
ABIMAQ
O anúncio oficial da abertura do escritório da Abimaq
na China, será na quarta, em
SP. Na ocasião, a entidade
vai lançar o estudo "China e
seu efeito sobre a indústria
de máquinas no Brasil".
ESPERA
Deve sair na próxima semana o edital para a nova
bandeira do Eco Resort do
Cabo, no Cabo de Santo
Agostinho. Desde o dia 5, o
hotel está sob comando da
Funcef, que investirá R$ 11
milhões no complexo.
CARNE OTIMISTA
Apesar de alguns países
ainda manterem o embargo
à carne brasileira, a Abiec
(Associação Brasileira das
Indústrias Exportadoras de
Carne) espera crescimento
de 15% nas exportações. Se a
previsão for confirmada, a
receita cambial com a exportação de carne subirá de
US$ 3,1 bilhões para aproximadamente US$ 3,6 bilhões
entre 2005 e 2006. A nova
estratégia de promoção da
carne bovina brasileira é o
churrasco. Hoje será a vez da
Argélia experimentar a carne na brasa.
CAFÉ ORIENTAL
Depois de firmar o nome por 90 anos como fornecedor
de café premium para bares, restaurantes e cafeterias do
Brasil, o Café do Centro abre sua primeira loja da marca.
O lugar escolhido é ousado: o centro de Tóquio, no Japão.
A história começou há quatro anos, quando um grupo de
investidores veio ao Brasil a procura de uma torrefação
tradicional. "Fizeram uma pesquisa enorme e acabaram
caindo na nossa mão, pela tradição da empresa", diz Rafael Branco Peres, que divide a direção do Café do Centro
com o sócio e primo Rodrigo Branco Peres. O plano de expansão também é ambicioso. "Pretendemos abrir cem lojas em dez anos", afirma Peres. O investimento da primeira cafeteria gira em torno de US$ 1 milhão. "Mas isso não
significa que as próximas terão a mesma quantia", diz.
Peres afirma que não há planos de abrir lojas no Brasil.
"Aqui ficamos conhecidos como fornecedores. Uma loja
poderia prejudicar nosso relacionamento com os clientes."
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