São Paulo, sábado, 17 de junho de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros

"Brasil precisa de líderes", diz best-seller

O Brasil precisa de grandes líderes. O diagnóstico é do escritor best-seller norte-americano James C. Hunter, autor dos sucessos "O Monge e o Executivo" e "Como se Tornar um Líder Servidor", em primeiro e segundo lugar, respectivamente, na lista dos mais vendidos do país.
Consultor-chefe da J. D. Associados -empresa de consultoria de relações de trabalho e treinamento-, Hunter diz que "bons gerentes não são suficientes" para uma empresa.
As observações são feitas com base em 20 anos de experiência em liderança funcional e organização de grupos comunitários. Desde agosto de 2005, Hunter veio quatro vezes ao Brasil. Para 2006, quatro outras visitas estão agendadas. Leia trechos da entrevista.

 

FOLHA - Como o sr. avalia o mercado de negócios brasileiro?
JAMES C. HUNTER -
O Brasil hoje emerge globalmente como um legítimo "player" econômico. Nos últimos dois anos, eu li mais sobre os negócios brasileiros em publicações norte-americanas que em dez anos. A minha preocupação é que os negócios do país não usem todo o potencial das pessoas e que continuem a ser gerenciados pelo método "comando e controle", em vez de usar os princípios do Líder Servidor. Como utilizar a energia e o talento dormentes na maioria das organizações? Como capturar os corações das pessoas, mentes, espíritos, criatividade e excelência? Essas qualidades ficam dormentes quando a liderança apropriada não é praticada.

FOLHA - Como é se tornar um guru para empresários e um best-seller em um país como o Brasil?
HUNTER -
Há um provérbio antigo que diz "quando o pupilo está pronto, o professor chega". Eu acredito que o Brasil agora está pronto para a mensagem do Líder Servidor -o tempo é certo. Líderes de empresas no Brasil devem abrir os olhos para esse fenômeno e reconhecer que as pessoas querem e precisam mais de seus superiores.

FOLHA - Que conselho o sr. dá para os empresários brasileiros?
HUNTER -
Eu acredito que os empresários brasileiros têm que aprender que ter bons gerentes não é bom o suficiente para competir em uma economia global. É preciso desenvolver grandes líderes. É preciso ter um time de liderança grande e bem-treinado que possa atingir as pessoas e envolvê-las com o espírito, criatividade e excelência.

FOLHA - Quais os principais problemas dos negócios do Brasil?
HUNTER -
O Brasil é um país com fontes naturais riquíssimas e há muita coisa ainda inexplorada. O Brasil necessita da mesma coisa que os Estados Unidos precisam, de grandes lideranças em todos os níveis de governo e negócios para usar o potencial que existe na terra e nas pessoas. Tudo recai na liderança.

SANTA PARA EXPORTAÇÃO
Um carregamento de 1.300 bolsas parte esta semana da fábrica da Santa Marinella para Nova York. Os produtos marcam o contrato da grife com a rede norte-americana Botticelli. As exportações da empresa começaram há cerca de três anos e já representam 19% do faturamento. "Os contratos já estão se solidificando. A Botticelli, hoje, é nossa melhor cliente", diz Estefânia Pelayo diretora de marketing da Santa Marinella. Dinamarca e Canadá são outros dois mercados consolidados da grife. "Agora, estamos começando um projeto na Inglaterra, com algumas multimarcas, por meio de representantes", afirma Pelayo. Os produtos vendidos no exterior têm o mesmo design e acabamento dos nacionais.

ABIMAQ
O anúncio oficial da abertura do escritório da Abimaq na China, será na quarta, em SP. Na ocasião, a entidade vai lançar o estudo "China e seu efeito sobre a indústria de máquinas no Brasil".

ESPERA
Deve sair na próxima semana o edital para a nova bandeira do Eco Resort do Cabo, no Cabo de Santo Agostinho. Desde o dia 5, o hotel está sob comando da Funcef, que investirá R$ 11 milhões no complexo.

CARNE OTIMISTA
Apesar de alguns países ainda manterem o embargo à carne brasileira, a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) espera crescimento de 15% nas exportações. Se a previsão for confirmada, a receita cambial com a exportação de carne subirá de US$ 3,1 bilhões para aproximadamente US$ 3,6 bilhões entre 2005 e 2006. A nova estratégia de promoção da carne bovina brasileira é o churrasco. Hoje será a vez da Argélia experimentar a carne na brasa.

CAFÉ ORIENTAL
Depois de firmar o nome por 90 anos como fornecedor de café premium para bares, restaurantes e cafeterias do Brasil, o Café do Centro abre sua primeira loja da marca. O lugar escolhido é ousado: o centro de Tóquio, no Japão.
A história começou há quatro anos, quando um grupo de investidores veio ao Brasil a procura de uma torrefação tradicional. "Fizeram uma pesquisa enorme e acabaram caindo na nossa mão, pela tradição da empresa", diz Rafael Branco Peres, que divide a direção do Café do Centro com o sócio e primo Rodrigo Branco Peres. O plano de expansão também é ambicioso. "Pretendemos abrir cem lojas em dez anos", afirma Peres. O investimento da primeira cafeteria gira em torno de US$ 1 milhão. "Mas isso não significa que as próximas terão a mesma quantia", diz. Peres afirma que não há planos de abrir lojas no Brasil. "Aqui ficamos conhecidos como fornecedores. Uma loja poderia prejudicar nosso relacionamento com os clientes."


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