São Paulo, sábado, 17 de junho de 2006

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Empresas "renascem" com novas regras

DA REPORTAGEM LOCAL

Longe dos holofotes em que se destacam os casos da Parmalat, da Varig e da Vasp, empresas de médio porte vêm encontrando solução para seus problemas financeiros em negociação com credores, dentro do espírito da nova lei.
A Reiplás, fabricante de fios e cabos elétricos, vergou sob uma dívida de R$ 35 milhões e, em fevereiro do ano passado, entrou em concordata. Em 10 de junho, um dia após a Lei de Falências entrar em vigor, ela pediu para migrar para o novo regime de recuperação judicial.
Em fevereiro deste ano, a assembléia de credores aprovou seu plano de recuperação que prevê o pagamento das dívidas em até dez anos. "Sob a lei antiga, a empresa não teria continuidade", diz Fábio Bartolozzi Astrauskas, sócio da Siegen, consultoria que elaborou o plano de recuperação da Reiplás.
Outro caso de sucesso da nova lei é o da Cory, fabricante de balas e biscoitos de Ribeirão Preto (SP). Com dívida de R$ 120 milhões, a empresa teve decretada a falência pela Justiça em 2004 e baixou as portas. No ano passado, entrou com pedido de recuperação judicial e em março deste ano os credores aprovaram seu plano de recuperação.
Eles concordaram com um prazo médio de 15 anos para receber seus créditos, sendo que o maior credor, o Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais, irá receber em 18 anos.
"Foi um negociação complexa mas bem-sucedida, pois houve o máximo de transparência no processo e um grande envolvimento dos credores", diz Salvatore Milanese, sócio da KPMG, que assessorou a empresa.
No caso da Cory, a recuperação judicial foi acompanhada da estruturação de um processo de governança corporativa que envolve a participação dos credores no conselho de administração da empresa. Também a nomeação do diretor administrativo e financeiro teve a anuência dos credores
Outro caso com final feliz foi o da Panashop, de Barueri (SP). O plano aprovado pelos credores prevê o pagamento da dívida de R$ 90 milhões em dez anos. "A lei deu uma perspectiva de sustentabilidade dos negócios, manutenção do emprego e da produção para muitas empresas", diz Ernesto Antunes, advogado do Itaú, um dos credores da Panashop. (SB)


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