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Empresas "renascem" com novas regras
DA REPORTAGEM LOCAL
Longe dos holofotes em
que se destacam os casos da
Parmalat, da Varig e da Vasp,
empresas de médio porte
vêm encontrando solução
para seus problemas financeiros em negociação com
credores, dentro do espírito
da nova lei.
A Reiplás, fabricante de
fios e cabos elétricos, vergou
sob uma dívida de R$ 35 milhões e, em fevereiro do ano
passado, entrou em concordata. Em 10 de junho, um dia
após a Lei de Falências entrar em vigor, ela pediu para
migrar para o novo regime de
recuperação judicial.
Em fevereiro deste ano, a
assembléia de credores aprovou seu plano de recuperação que prevê o pagamento
das dívidas em até dez anos.
"Sob a lei antiga, a empresa
não teria continuidade", diz
Fábio Bartolozzi Astrauskas,
sócio da Siegen, consultoria
que elaborou o plano de recuperação da Reiplás.
Outro caso de sucesso da
nova lei é o da Cory, fabricante de balas e biscoitos de Ribeirão Preto (SP). Com dívida de R$ 120 milhões, a empresa teve decretada a falência pela Justiça em 2004 e
baixou as portas. No ano passado, entrou com pedido de
recuperação judicial e em
março deste ano os credores
aprovaram seu plano de recuperação.
Eles concordaram com um
prazo médio de 15 anos para
receber seus créditos, sendo
que o maior credor, o Banco
de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais, irá receber em 18 anos.
"Foi um negociação complexa mas bem-sucedida,
pois houve o máximo de
transparência no processo e
um grande envolvimento
dos credores", diz Salvatore
Milanese, sócio da KPMG,
que assessorou a empresa.
No caso da Cory, a recuperação judicial foi acompanhada da estruturação de um
processo de governança corporativa que envolve a participação dos credores no conselho de administração da
empresa. Também a nomeação do diretor administrativo e financeiro teve a anuência dos credores
Outro caso com final feliz
foi o da Panashop, de Barueri
(SP). O plano aprovado pelos
credores prevê o pagamento
da dívida de R$ 90 milhões
em dez anos. "A lei deu uma
perspectiva de sustentabilidade dos negócios, manutenção do emprego e da produção para muitas empresas",
diz Ernesto Antunes, advogado do Itaú, um dos credores da Panashop.
(SB)
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