São Paulo, domingo, 17 de junho de 2007

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Mercado Aberto

Serviço vende mais na rua que em shopping

Os serviços oferecidos em estabelecimentos de rua são sempre mais usados que os de shopping pelos consumidores brasileiros. Cabeleireiro, manicure e barbeiro são os mais usados do país e a qualidade é a característica levada em conta na hora da compra.
Esses dados fazem parte do resultado da pesquisa "Serviços no Varejo - A Visão do Consumidor", realizada com 2.017 entrevistados em diferentes regiões do país, em abril, pela consultoria Gouvêa de Souza. O estudo será apresentado durante o 10º Fórum do Varejo, que a empresa promove nesta semana.
Os shoppings são preteridos em todas as categorias pesquisadas. No caso dos cabeleireiros, o número um do ranking, a preferência por salões de rua chega a 91%, contra 22%. Com os chaveiros, a diferença é da preferência de 90% para os estabelecimentos de rua, contra 2% de shoppings (veja quadro).
Apesar de os serviços de rua terem a preferência dos entrevistados e de os de shopping centers reunirem principalmente lojas, eles foram citados como um ponto importante de concentração do setor.
Na lista dos mais usados, depois dos cabeleireiros, estão os serviços digitais, de revelação de fotos e download (80%) e, em terceiro, chaveiro e entrega em domicílio (76%).
Os fatores mais importantes na hora de contratar um serviço são a qualidade (41%), a forma de pagamento (39%) e o atendimento (24%). O profissionalismo (11%) e a indicação (10%) também foram citados.
Segundo Luiz Goes, diretor de pesquisas da Gouvêa de Souza, a pesquisa também aponta para oportunidades de mercado. A maior delas é o oferecimento de serviços dentro das marcas varejistas, como uma rede de lojas de construção passar a oferecer a pintura completa além da tinta.
"O varejo está em posição privilegiada, tem capilaridade e proximidade com o consumidor", diz Goes, que cita o exemplo da americana Best Buy, especializada em eletroeletrônicos, que passou a oferecer também serviço de manutenção de computadores.
"No Brasil, ainda somos virgens. Temos muito o que explorar, muito espaço", afirma.
Entre as conclusões da pesquisa está também o fato de o conceito de serviço ainda ser muito difuso para o consumidor. "Há sempre uma clareza maior quando falamos de produto", diz Goes. "Há muitos tipos de serviço com baixas citações na pergunta que se refere a tipos de serviço."
Os serviços mais citados foram os de telefonia (10%), de domésticas (8%), de emprego e oportunidade de trabalho (5%), e de energia (4%).
A pesquisa também detectou, além de redes varejistas, que os fabricantes, com 89% de aceitação, também estão aptos a oferecer serviços.

Agência entra em rede de independentes
A agência Adag anuncia hoje, em Cannes, sua entrada na rede internacional de agências independentes thenetworkone, da qual fazem parte 250 agências em cerca de 60 países.
Nos últimos anos, a agência manteve conversas com representantes de grupos globais de comunicação, mas não encontrou um parceiro que oferecesse independência de gestão.
"Ao fazer parte dessa rede, poderemos ajudar clientes internacionais dispostos a conquistar mercado no Brasil e também os clientes nacionais interessados em romper fronteiras, algo cada vez mais comum nesse mundo globalizado", diz o sócio-diretor Celso Piratininga Jr.
O anúncio será feito no Festival Internacional de Publicidade de Cannes logo após a apresentação do presidente da thenetworkone, Julian Boulding, no seminário de redes independentes.

NO TOPO
O brasileiro Carlos Brito, 47, CEO da InBev, foi eleito o melhor executivo na categoria de bebidas da Europa pela tradicional revista "Institutional Investor". A cada cinco anos, a revista faz uma ampla pesquisa com especialistas, analistas, gestores de fundos e consultores de mercado para eleger os CEOs de diversos setores da economia na Europa. Brito, que presidia a AmBev no Brasil, assumiu o comando da InBev em 2005. Na época, a InBev valia, no mercado de ações, a metade da Anheuser-Busch. Neste ano, a InBev se tornou a maior cervejaria do mundo. Em maio, seu valor de mercado era de US$ 51,5 bilhões, e o da Anheuser-Busch, US$ 40 bilhões. Engenheiro, Brito começou na empresa em 1989, na Brahma, oriundo da Fundação Estudar. Sua ascensão profissional foi meteórica. Em janeiro de 2004, pouco antes da fusão entre a AmBev e a Interbrew, ele assumiu a direção geral da AmBev.

AMBIENTE
Pesos pesados do empresariado brasileiro se reúnem nesta semana em um jantar promovido pelo banqueiro André Esteves (UBS Pactual) para homenagear o americano Peter Seligmann, fundador e principal executivo da CI (Conservação Internacional), uma das maiores ONGs ambientalistas do mundo. A CI, que está presente no Brasil desde 1988, atua em mais de 30 países.

BELEZA FRANCESA
L'Occitane põe país no "top 20' A francesa L'Occitane inaugurou, na semana passada, no Brasil, sua primeira franquia fora da França. O local escolhido foi Alphaville, na região da Grande São Paulo. Segundo o presidente mundial da marca, Reinold Geiger, a estratégia combina com o país, que tem algumas das 20 lojas mais bem-sucedidas do grupo.
A previsão da marca é que, até o fim do ano, seis franquias sejam abertas no país. Até 2010, o número deve chegar a 22. Hoje, no total, a L'Occitane tem 22 lojas nas principais capitais brasileiras, além de outros cem pontos-de-venda, com mais de 500 produtos.
Além da expansão, o Brasil também deve entrar na composição das fórmulas da marca. Leia, a seguir.

 

FOLHA - Por que a primeira franquia fora da França no Brasil?
REINOLD GEIGER -
No Brasil, faz mais sentido, economicamente, abrir franquias em pequenas cidades ou em cidades distantes de São Paulo. É um modelo adequado.

FOLHA - Como vê o mercado brasileiro? Em comparação à França, a renda do brasileiro é reduzida. Isso reduz as vendas?
GEIGER -
Em geral, nós acreditamos que nossos produtos são os melhores. Nossos preços não são extremamente altos, são razoáveis. Estamos presentes em muitos países e temos bons negócios não só onde há pessoas ricas. Acreditamos que os brasileiros amam seus corpos, suas faces e cuidam muito do bem-estar. Nós fazemos ótimos negócios com as nossas lojas brasileiras. Temos duas ou três lojas brasileiras entre as 20 melhores do mundo.

FOLHA - Os produtos que os brasileiros compram são os mesmos de outros países?
GEIGER -
São os mesmos, em grande parte. Se são best-sel-lers em Paris, são em Nova York e em São Paulo.

FOLHA - A L'Occitane usa algum tipo de ingrediente brasileiro?
GEIGER -
Ainda não, mas em breve vamos usar. Estamos trabalhando em algo.

FOLHA - Há alguma região do país que vocês exploram mais nas pesquisas?
GEIGER -
O Brasil é um país muito rico em ingredientes naturais.

CÁTEDRA
Altamiro Boscoli, sócio do escritório Demarest e Almeida Advogados, passa a integrar a partir deste mês a diretoria da Harvard Law School Association of Brazil.

LONDON CALLING
Biocombustíveis e TI, entre outros, compõem o encontro promovido por Apex, ABDI e Itamaraty para empresários britânicos e brasileiros, em Londres no dia 25.


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