São Paulo, domingo, 17 de junho de 2007

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Regras e entraves podem limitar a expansão em infra-estrutura

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As previsões do BNDES para o setor de infra-estrutura são as que geram mais dúvidas entre analistas. Todos concordam que os investimentos previstos, de R$ 197,9 bilhões de 2007 a 2010, crescimento real anual de 9,7%, "são necessários, mas não necessariamente factíveis".
Ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola diz que os investimentos previstos em transmissão e distribuição de energia elétrica são firmes, mas o mesmo não acontece com geração. "Permanecem os problemas com as regras do mercado, que os empresários não consideram atraentes."
Diretora da MB Associados, Tereza Fernandez concorda. Ela cita como efeito disso o leilão de energia alternativa, adiado para julho. No início, a previsão era de 143 empreendimentos, com geração de 4.751 megawatts. Agora, o número caiu para 36 empreendimentos, com 495 megawatts, 10% do anunciado.
O próprio BNDES, que em energia elétrica prevê um aumento real no investimento de 16,6% por ano, acima da média de 10,1%, aponta alguns entraves, principalmente os relacionados à área ambiental. Duas usinas hidrelétricas consideradas essenciais para o país, como Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, ainda não contam com licença ambiental.
Há confiança, porém, nos investimentos previstos em ferrovias e portos. A aposta de alguns economistas, como Loyola, é que eles possam surpreender e superar as previsões do banco -aumento real nos investimentos de 7,4% ao ano nos dois setores.

Habitação
Outro setor que pode estar subavaliado pelo BNDES é o de construção residencial. Do R$ 1,050 trilhão de investimentos mapeados pelo banco para o período 2007/2010, R$ 470 bilhões viriam desse setor, um aumento real de 8,2%.
A consultoria Tendências acredita que esse número possa chegar a R$ 600 bilhões. Segundo Loyola, as liberações de recursos para o setor devem crescer 90% só neste ano, podendo duplicar o volume investido entre 2002 e 2005, de R$ 316,7 bilhões.
A maior parte das previsões do estudo foi tirada de projetos de investimentos acompanhados pelo banco. Apenas no setor de construção civil e em alguns de infra-estrutura, como saneamento, foram feitas projeções.


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