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São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2003

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Déficit público e geração "baby boom" ameaçam economia, diz Greenspan

DA REDAÇÃO

O presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), Alan Greenspan, advertiu ontem que elevados déficits públicos representam uma ameaça para a economia norte-americana, porque podem inibir os investimentos e assim reduzir a capacidade de crescimento do país.
Greenspan disse ainda que o Fed vê com preocupação os riscos, ainda que pequenos, de que um processo deflacionário atinja o país. Mas o presidente do Fed enfatizou que a instituição possui vários instrumentos para combater a deflação e não descartou a utilização de ações heterodoxas, como a compra de títulos.
Greenspan fez ontem comentários mais incisivos acerca da economia dos EUA, durante sessão do comitê de finanças do Senado norte-americano. Anteontem, em sessão na Câmara, o presidente do Fed já havia anunciado revisão para baixo das perspectivas de crescimento no país no ano.
De acordo com Greenspan, os EUA começaram a produzir grandes déficits públicos em um momento especialmente delicado, quando 75 milhões de pessoas nascidas durante o "baby boom" -entre o final da década de 40 e o início dos anos 60- estão prestes a se aposentar. A partir da próxima década, espera-se um salto nas despesas com seguridade social e sistema de saúde.
"Quando chegarmos ao período posterior a 2010, 2011, 2012, estaremos entrando em sérios problemas potenciais", afirmou.
Anteontem, o governo norte-americano divulgou uma estimativa em que prevê um déficit fiscal de US$ 455 bilhões neste ano, o que seria um recorde histórico em números absolutos. Para o ano que vem, o buraco esperado é ainda maior, de US$ 475 bilhões.
Greenspan disse o Fed está preocupado com os riscos de deflação, ainda que a probabilidade de uma queda prolongada e "perniciosa" nos preços seja muito remota. Desde a Grande Depressão dos anos 30 o país não enfrenta uma situação do tipo.
O presidente do Fed reiterou que ainda há espaço para que os juros caiam no país. A taxa básica está hoje em 1% ao ano, o menor nível em 45 anos.


Com agências internacionais


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