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Déficit público e geração "baby boom"
ameaçam economia, diz Greenspan
DA REDAÇÃO
O presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), Alan
Greenspan, advertiu ontem que
elevados déficits públicos representam uma ameaça para a economia norte-americana, porque
podem inibir os investimentos e
assim reduzir a capacidade de
crescimento do país.
Greenspan disse ainda que o
Fed vê com preocupação os riscos, ainda que pequenos, de que
um processo deflacionário atinja
o país. Mas o presidente do Fed
enfatizou que a instituição possui
vários instrumentos para combater a deflação e não descartou a
utilização de ações heterodoxas,
como a compra de títulos.
Greenspan fez ontem comentários mais incisivos acerca da economia dos EUA, durante sessão
do comitê de finanças do Senado
norte-americano. Anteontem, em
sessão na Câmara, o presidente
do Fed já havia anunciado revisão
para baixo das perspectivas de
crescimento no país no ano.
De acordo com Greenspan, os
EUA começaram a produzir
grandes déficits públicos em um
momento especialmente delicado, quando 75 milhões de pessoas
nascidas durante o "baby boom"
-entre o final da década de 40 e o
início dos anos 60- estão prestes
a se aposentar. A partir da próxima década, espera-se um salto
nas despesas com seguridade social e sistema de saúde.
"Quando chegarmos ao período posterior a 2010, 2011, 2012, estaremos entrando em sérios problemas potenciais", afirmou.
Anteontem, o governo norte-americano divulgou uma estimativa em que prevê um déficit fiscal
de US$ 455 bilhões neste ano, o
que seria um recorde histórico em
números absolutos. Para o ano
que vem, o buraco esperado é ainda maior, de US$ 475 bilhões.
Greenspan disse o Fed está
preocupado com os riscos de deflação, ainda que a probabilidade
de uma queda prolongada e "perniciosa" nos preços seja muito remota. Desde a Grande Depressão
dos anos 30 o país não enfrenta
uma situação do tipo.
O presidente do Fed reiterou
que ainda há espaço para que os
juros caiam no país. A taxa básica
está hoje em 1% ao ano, o menor
nível em 45 anos.
Com agências internacionais
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