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Tensão no mercado derruba cotações de commodities
Principal motivo foi a necessidade de investidores de fazer caixa para honrar os pedidos de resgate de cotistas de fundos
Segundo o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, é baixo o risco de a recessão mundial afetar o mercado de commodities
DA REPORTAGEM LOCAL
O dia de perdas generalizadas nos mercados internacionais arrastou também os preços das commodities, que respondem por mais de um terço
da pauta de exportações brasileira e cujas cotações seguem
leis próprias, baseadas na evolução da demanda e das condições de produção, em que muitas vezes principal variável é a
previsão meteorológica.
Apenas ontem, o café perdeu
6,63% de seu valor em Nova
York e 3,88% em Londres. O algodão recuou 4,78% em Nova
York, e a soja, 4,74% em Chicago. Entre os metais, as maiores
perdas foram as da prata, que
desabou 8,41%, e as do níquel,
que caiu 4,11% em Londres. O
petróleo, a commodity mais
negociada no mundo, teve baixa de 3,10% em Londres e de
3,18% em Nova York.
O motivo maior das perdas
ontem foi o mesmo que derrubou o preço de ações, moedas e
ativos em todo o mundo: a necessidade de fazer caixa para
honrar os pedidos de resgate de
cotistas de fundos. Até a semana passada, algumas commodities chegaram a subir com os
investidores realocando dinheiro retirado de aplicação
em ações.
"As commodities vinham resistindo até o momento, mas
agora também começaram a
sofrer com a crise", disse Roberto Padovani, economista-chefe do banco WestLB.
"Ninguém escapa do aumento da volatilidade. Todos zeram
as suas posições para fazer caixa. Isso em um primeiro momento. Depois, o mercado vai
olhar o quanto a crise influencia o consumo internacional de
metais, energia e alimentos. Se
não houver um impacto real da
crise na economia, o mercado
tende depois a se recuperar",
disse Anderson Galvão, diretor
da consultoria Céleres.
Para o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, o risco
de a recessão mundial afetar o
mercado de commodities é baixo. "A queda da cotação do café
nas Bolsas foi um reflexo da especulação do mercado, mas a
tendência é que a situação se
estabilize. Nada indica que os
efeitos das mudanças possam
atingir o setor das commodities
como um todo." Ele afirmou
que redução no preço da saca
de café nos mercados internacionais foi compensada em parte pela valorização do dólar no
Brasil, que ontem foi de 3,15%.
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