São Paulo, sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vaivém das commodities

mzafalon@folhasp.com.br


EFEITO CRISE
A crise do setor imobiliário nos Estados Unidos chegou forte também às commodities agrícolas. O café, líder nas quedas ontem, recuou 6,6% na Bolsa de Nova York. Com isso, o produto perdeu parte da recuperação de preço das últimas semanas devido ao clima e à safra menor no Brasil.

QUEDA GERAL
Londres e Chicago também não ficaram imunes à queda. No mercado londrino, o açúcar caiu 3%. Em Chicago, a soja ficou 4,7% mais barata. A queda no exterior derrubou os preços também no mercado interno, inclusive no mercado futuro da BM&F.

PREOCUPAÇÃO
O CDPC aprovou proposta orçamentária de R$ 2,6 bilhões para o Funcafé para 2008. Parte do setor cafeeiro está preocupada com os novos destinos do dinheiro do fundo. Na visão dessa parte do setor, o dinheiro deveria chegar diretamente aos produtores, sem a participação de intermediários.

SEM SUPERSAFRA
A estimativa de moagem de 420 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no centro-sul não deverá se concretizar neste ano. A moagem fica em 410 milhões. Mesmo assim, 10% acima da de 2006. Os dados foram divulgados ontem pela Unica -entidade que congrega os usineiros da região centro-sul.

AS CAUSAS
Essa estimativa tem como base a redução ocorrida até julho. Antônio de Pádua, da Unica, dá quatro razões para a moagem menor: elevado índice de chuva, que interrompe a safra; incidência de broca na lavoura, que derruba a qualidade da matéria-prima; mais fibra na cana, que gera mais bagaço; e colheita mecanizada, que contém mais impureza e palha.

PRODUTIVIDADE
A conjugação desses fatores deve provocar quebra agrícola de 2% e redução de 4% na qualidade da matéria-prima quando comparados os dados da safra deste ano em relação aos de 2006/7.

MAIS ÁLCOOL
Da safra de cana-de-açúcar deste ano, 55% serão destinados à produção de álcool. O restante fica para açúcar. Esses percentuais mostram distanciamento do equilíbrio ocorrido no ano passado. O açúcar está com queda de preços e a demanda por álcool se mantém aquecida.

CONVERSA COM A ÍNDIA
A produção de cana-de-açúcar da Índia está voltada para o açúcar. Com isso, o excedente atual daquele país é exportado com subsídios e está derrubando os preços internacionais. Marcos Jank, presidente da Unica, diz que é necessária uma conversa entre Brasil e Índia -país que deveria adotar um programa de álcool, o que diminuiria a oferta de açúcar.


Texto Anterior: On-line: Mulheres são 45% dos consumidores
Próximo Texto: Pedágio em rodovias vai pagar lombada eletrônica
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.