São Paulo, segunda, 17 de agosto de 1998

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Alcatel prevê plena capacidade em abril

da Reportagem Local

A Alcatel conseguiu alcançar US$ 600 milhões em encomendas por ano entre 1996 e 1997. Hoje sofre hoje com a suspensão temporária de pedidos pós-privatização.
Para preservar o quadro de empregados no período de fraca produção, a empresa decidiu adotar o banco de horas.
Por esse método, o funcionário trabalha menos em épocas de fraca produção e compensa as horas não trabalhadas quando necessário. Sem que, para isso, a empresa pague hora extra.
No caso da Alcatel, o contrato coletivo de trabalho negociado em maio prevê um limite de flexibilidade de jornada de 88 horas para todos os funcionários, inclusive da área administrativa.
Pela primeira vez, um grupo de 12 empregados da área administrativa da empresa permaneceu oito dias em casa, que serão compensados mais tarde.
Para o presidente da Alcatel, Jean François Fille, o quadro é temporário. Ele acredita que, a partir de abril, a fábrica irá trabalhar com 100% de sua capacidade. "No futuro, deverá haver contratações", disse.
Segundo a avaliação da Abinee, os 100 mil empregos a serem criados com a privatização do sistema Telebrás, previstos no relatório usado pelo BNDES, poderão ser alcançados em 18 meses. "De 18 a 24 meses, outros 100 mil poderão surgir", afirma Roberto Isnard.
Para ele, o crescimento de demanda do setor será suficiente para absorver esse aumento no número de postos de trabalho.
Para a associação, gerar 100 mil vagas em dez anos é muito pouco. (Para comparar: há no Estado de São Paulo 1,6 milhão de desempregados.)
A Lucent, fornecedora no mercado nacional há dois anos, afirma que o período de poucos pedidos não gerou demissões.
"Sempre trabalhamos com uma estrutura enxuta", afirma Luiz Lisboa, diretor de marketing. A empresa está empregando mais 600 pessoas na região de Campinas (SP), onde implanta sua nova unidade.
Lisboa acredita que o volume de pedidos para o setor deve ser retomado num prazo de 30 a 60 dias.



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