São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 2002

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CONJUNTURA

Produção paulista cai 2,5% em sete meses

Indústria de SP descola da média nacional e encolhe com juros altos

DA SUCURSAL DO RIO

A indústria paulista completou os sete primeiros meses deste ano com desempenho negativo de 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado, um resultado bem inferior à média registrada no país, que foi de um crescimento de 0,4%.
Em julho, a produção industrial de São Paulo foi 1,2% negativa na comparação com julho do ano passado, contra um resultado positivo de 3,3% no país. Também no acumulado de 12 meses a produção paulista está descolada da nacional, com 1,9% negativo contra 0,8% positivo. Os dados são do IBGE.
De acordo com a economista Mariana Rebouças, analista do Departamento de Indústria do IBGE, como o Estado de São Paulo tem peso de 45% na produção industrial brasileira, o mais comum é que haja uma convergência entre os números do país e os do Estado.
O problema é que este ano o crescimento da indústria brasileira está sustentado basicamente pela produção de petróleo e gás, que é parte da indústria extrativa mineral, e pela agroindústria de alimentos e de máquinas agrícolas.
Em São Paulo praticamente inexiste a produção de petróleo e gás. No setor agroindustrial, a produção paulista é importante, mas é dividida com outros Estados, especialmente os da região Sul do país.

Juros e escassez de crédito
A alta dos juros, com a consequente escassez de crédito, atingiu em cheio, de acordo com a analista do IBGE, o coração da indústria paulista, que é a produção de bens de consumo duráveis, especialmente automóveis e produtos eletroeletrônicos.
Em julho, a produção de eletroeletrônicos em São Paulo caiu 27,1% e sozinha representou uma queda de 3,2% na produção total do Estado, parcialmente compensada pelo desempenho de outros setores.
Segundo o IBGE, os eletroeletrônicos representam cerca de 40% da indústria do Estado de São Paulo.

Resultado ruim no ano
O quadro da produção industrial não está ruim só em São Paulo. Das 12 áreas (Estados ou regiões) pesquisadas pelo IBGE, oito acumulavam desempenho negativo de janeiro a julho.
As exceções eram Rio de Janeiro, com crescimento de 9% determinado pela produção de petróleo e gás, Espírito Santo, com aumento de 5,3%, Rio Grande do Sul, com alta de 3,7%, e região Sul, com expansão de 1%.
O pior resultado acumulado neste ano até julho é o de Pernambuco, que registrou queda de 7,3%.
Em julho, seis áreas tiveram números positivos e seis tiveram resultados negativos na comparação com o mesmo mês do ano passado. O pior resultado foi o de Santa Catarina, com queda de 3,8%. Já o melhor desempenho no período foi o da indústria do Rio, com crescimento de 13,5%.


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