|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONJUNTURA
Produção paulista cai 2,5% em sete meses
Indústria de SP descola da média nacional e encolhe com juros altos
DA SUCURSAL DO RIO
A indústria paulista completou os sete primeiros meses deste ano
com desempenho negativo de 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado, um resultado bem inferior à média registrada no país, que foi de um crescimento de 0,4%.
Em julho, a produção industrial
de São Paulo foi 1,2% negativa na
comparação com julho do ano
passado, contra um resultado positivo de 3,3% no país. Também
no acumulado de 12 meses a produção paulista está descolada da
nacional, com 1,9% negativo contra 0,8% positivo. Os dados são do
IBGE.
De acordo com a economista
Mariana Rebouças, analista do
Departamento de Indústria do
IBGE, como o Estado de São Paulo tem peso de 45% na produção
industrial brasileira, o mais comum é que haja uma convergência entre os números do país e os
do Estado.
O problema é que este ano o
crescimento da indústria brasileira está sustentado basicamente
pela produção de petróleo e gás,
que é parte da indústria extrativa
mineral, e pela agroindústria de
alimentos e de máquinas agrícolas.
Em São Paulo praticamente inexiste a produção de petróleo e gás.
No setor agroindustrial, a produção paulista é importante, mas é
dividida com outros Estados, especialmente os da região Sul do
país.
Juros e escassez de crédito
A alta dos juros, com a consequente escassez de crédito, atingiu em cheio, de acordo com a
analista do IBGE, o coração da indústria paulista, que é a produção
de bens de consumo duráveis, especialmente automóveis e produtos eletroeletrônicos.
Em julho, a produção de eletroeletrônicos em São Paulo caiu
27,1% e sozinha representou uma
queda de 3,2% na produção total
do Estado, parcialmente compensada pelo desempenho de outros
setores.
Segundo o IBGE, os eletroeletrônicos representam cerca de
40% da indústria do Estado de
São Paulo.
Resultado ruim no ano
O quadro da produção industrial não está ruim só em São Paulo. Das 12 áreas (Estados ou regiões) pesquisadas pelo IBGE, oito acumulavam desempenho negativo de janeiro a julho.
As exceções eram Rio de Janeiro, com crescimento de 9% determinado pela produção de petróleo e gás, Espírito Santo, com aumento de 5,3%, Rio Grande do
Sul, com alta de 3,7%, e região Sul,
com expansão de 1%.
O pior resultado acumulado
neste ano até julho é o de Pernambuco, que registrou queda de
7,3%.
Em julho, seis áreas tiveram números positivos e seis tiveram resultados negativos na comparação com o mesmo mês do ano
passado. O pior resultado foi o de
Santa Catarina, com queda de
3,8%. Já o melhor desempenho
no período foi o da indústria do
Rio, com crescimento de 13,5%.
Texto Anterior: Combustíveis: Governo retoma estoques para ativar Proálcool Próximo Texto: Crédito: Inadimplência geral perde fôlego no país Índice
|