São Paulo, sexta-feira, 17 de setembro de 2004

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PLUGADO

Atividade ainda tem fatia pequena do setor, diz IBGE

Informática é segmento que mais cresce em serviços em cinco anos

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DO RIO

As atividades relacionadas a informática registraram a maior expansão do setor de serviços no Brasil em cinco anos. Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que, de 1998 a 2002, último ano do levantamento, esse segmento teve uma alta de 83,8% na receita operacional líquida e de 113,7% no número de empresas.
Serviços de informática também obtiveram, nestes cinco anos, a maior expansão de todos os setores pesquisados no número de empregos -77,8%- e da massa salarial real, ou seja, descontada a inflação -48,8%.
Mas, apesar da evolução, esse segmento teve uma receita operacional líquida de R$ 20,1 bilhões em 2002, o que representou 6,9% da receita de serviços, que foi de R$ 290,5 bilhões. No mesmo ano, as atividades relacionadas a transportes registraram receita de R$ 78,9 bilhões (27,2% do total), ficando em primeiro lugar.
Outro setor que registrou grande expansão no período foi o de serviços de correio e telecomunicações, que teve um acréscimo de 101,2% no número de empresas. Com relação à receita líquida, esse segmento ficou em segundo lugar em termos percentuais, com 79,2% de aumento de 1998 a 2002. Em números absolutos, também ficou na segunda posição, com receita de R$ 65,8 bilhões (22,7% do total) em 2002.
Em 98, o Brasil tinha 601.992 empresas de serviços. Em 2002, esse número passou para 945.143, um aumento de 57%. No mesmo período, as empresas de serviços de informática passaram de 19.281 para 41.207. A expansão, de 113,7%, é recorde entre todos os segmentos, mas, em número absolutos, fica bem abaixo das 312.652 empresas de serviços de alojamento (hotéis, motéis e pousadas) e alimentação que existiam naquele ano (33,1% do total). Apesar de continuar em primeiro lugar, serviços de alojamento e alimentação registraram a maior queda no número de empresas, pois detinham 42,1% do total em 1998.
Nas pesquisas referentes aos anos de 98 e 99, o IBGE separava os serviços de atividades de informática do grupo de telecomunicações e correio. A partir de 2000, fez um rearranjo, unindo os serviços de telecomunicações, de informática e de televisão, denominado "serviços de informação".
Esse segmento obteve 31,6% da receita líquida do setor de serviços em 2002, apesar de agrupar apenas 5,4% das empresas do setor e 6,3% dos empregos.
O pessoal ocupado em serviços cresceu 10% entre 98 e 2002, mas a remuneração média mensal teve uma queda de 11% em salários mínimos. Em 2001, a remuneração média era de 3,6 mínimos e passou para 3,2 mínimos.
A queda é reflexo da crise econômica que o país começou a sofrer no final de 2002. Somente em junho de 2004 a renda média do trabalhador brasileiro começou a se recuperar, com alta de 2%. Em 2002, os serviços de informação eram responsáveis pela maior remuneração média mensal -8,5 salários mínimos.
Neste levantamento, o IBGE trouxe pela primeira vez informações sobre o comércio internacional de serviços. Os serviços de informação e transportes registraram, juntos, exportações da ordem de R$ 5,9 bilhões em 2002, representando 4,1% do total da receita líquida. O destaque ficou por conta da exportação de serviços de transporte aéreo -passagens compradas por pessoas não-residentes no Brasil-, com R$ 3,9 bilhões, representando 65% do total.


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