São Paulo, sexta-feira, 17 de setembro de 2004

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CRISE NO AR

Anúncio sobre reestruturação do setor deve ficar para depois das eleições

Governo adia solução para aéreas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo decidiu adiar qualquer anúncio sobre a reestruturação do setor aéreo para depois das eleições, em 3 de outubro, e renovou ontem, por prazo indeterminado, as concessões da Varig e da Vasp. É a segunda renovação em dois anos. Se não fosse feita, as empresas não poderiam mais voar a partir de 10 de outubro.
A Varig tem um universo estimado entre 15 mil e 17 mil funcionários, divididos em quatro entidades de diferentes categorias, todas organizadas e mobilizadas. Na avaliação do governo, qualquer solução para a companhia será traumática, e tudo o que o Planalto não quer agora é confundir manifestações com eleições.
Tanto a questão tem contornos políticos que o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), deve viajar hoje a Brasília para discutir saídas para a Varig. Apesar de nota do Ministério da Defesa deixar o prazo de renovação em aberto, a Folha apurou que a expectativa é que ela seja, no máximo, de seis meses.
Uma das saídas estimuladas pelo governo, como alternativa à fracassada fusão Varig-TAM, é a injeção de recursos do BNDES em empresas privadas que se interessem em investir numa nova companhia, que se chamaria Super-Varig e herdaria as linhas internacionais da atual companhia.
A atual Varig simplesmente quebraria. A busca de parceiros privados seria uma alternativa às críticas à possibilidade de concessão direta de crédito na Varig, que precisa de uma injeção calculada em US$ 150 milhões.
Simultaneamente, já está em andamento a criação de uma empresa gestora do regime de compartilhamento de vôos entre Varig e TAM nas linhas domésticas.
A nova empresa gestora teria o objetivo de evitar ações por formação de cartel nos órgãos de proteção ao consumidor.
Segundo o jornal "Diário de Santa Maria", ontem pela manhã, em Santa Maria (RS), o ministro José Viegas (Defesa) aludiu à necessidade de manter a operação internacional da empresa e à preocupação com os funcionários da aérea. "Vamos fazer o que for preciso e necessário para fazer com que a Varig siga operando e para que a aviação civil brasileira continue tendo uma operação internacional que nos rende US$ 1 bilhão em divisas", disse o ministro. "E para que os empregos da empresa sejam mantidos no nível mais alto possível", completou.


Colaborou a Reportagem Local


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