|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRISE NO AR
Anúncio sobre reestruturação do setor deve ficar para depois das eleições
Governo adia solução para aéreas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo decidiu adiar qualquer anúncio sobre a reestruturação do setor aéreo para depois das
eleições, em 3 de outubro, e renovou ontem, por prazo indeterminado, as concessões da Varig e da
Vasp. É a segunda renovação em
dois anos. Se não fosse feita, as
empresas não poderiam mais
voar a partir de 10 de outubro.
A Varig tem um universo estimado entre 15 mil e 17 mil funcionários, divididos em quatro entidades de diferentes categorias, todas organizadas e mobilizadas.
Na avaliação do governo, qualquer solução para a companhia
será traumática, e tudo o que o
Planalto não quer agora é confundir manifestações com eleições.
Tanto a questão tem contornos
políticos que o governador do Rio
Grande do Sul, Germano Rigotto
(PMDB), deve viajar hoje a Brasília para discutir saídas para a Varig. Apesar de nota do Ministério
da Defesa deixar o prazo de renovação em aberto, a Folha apurou
que a expectativa é que ela seja, no
máximo, de seis meses.
Uma das saídas estimuladas pelo governo, como alternativa à
fracassada fusão Varig-TAM, é a
injeção de recursos do BNDES em
empresas privadas que se interessem em investir numa nova companhia, que se chamaria Super-Varig e herdaria as linhas internacionais da atual companhia.
A atual Varig simplesmente
quebraria. A busca de parceiros
privados seria uma alternativa às
críticas à possibilidade de concessão direta de crédito na Varig, que
precisa de uma injeção calculada
em US$ 150 milhões.
Simultaneamente, já está em
andamento a criação de uma empresa gestora do regime de compartilhamento de vôos entre Varig e TAM nas linhas domésticas.
A nova empresa gestora teria o
objetivo de evitar ações por formação de cartel nos órgãos de
proteção ao consumidor.
Segundo o jornal "Diário de
Santa Maria", ontem pela manhã,
em Santa Maria (RS), o ministro
José Viegas (Defesa) aludiu à necessidade de manter a operação
internacional da empresa e à
preocupação com os funcionários
da aérea. "Vamos fazer o que for
preciso e necessário para fazer
com que a Varig siga operando e
para que a aviação civil brasileira
continue tendo uma operação internacional que nos rende US$ 1
bilhão em divisas", disse o ministro. "E para que os empregos da
empresa sejam mantidos no nível
mais alto possível", completou.
Colaborou a Reportagem Local
Texto Anterior: Mais categorias vão reivindicar aumento real Próximo Texto: Mercado financeiro: Dólar fecha abaixo de R$ 2,90 após 5 meses Índice
|