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MERCADO FINANCEIRO
Vendas levaram o preço dos C-Bonds a cair 0,86%, juros mais altos nos Estados Unidos contribuíram
Euforia do mercado diminui; risco sobe 2%
DA REPORTAGEM LOCAL
A euforia do mercado financeiro das últimas semanas pode estar começando a esfriar um pouco. Ontem, foi um dia de menor
volume de negócios e vendas de
ativos para transformar ganhos
acumulados em dinheiro. O C-Bond, título da dívida externa
mais negociado, se desvalorizou
0,86%, para US$ 0,9313 e o risco-país subiu 3%, para 598 pontos.
Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e no mercado de
câmbio, a tendência foi a mesma.
A Bovespa chegou a cair durante
o dia e acabou fechando praticamente estável, com variação de
0,07%. O volume de negócios foi
de R$ 942,8 milhões, inferior à
média de mais de R$ 1 bilhão dos
últimos dias.
Já o dólar comercial subiu
0,39% e terminou o dia cotado a
R$ 2,85. No mercado, chegou a
circular o estranho rumor de que
o Banco Central convocaria uma
reunião com bancos para falar sobre a recente apreciação do real,
que é boa para o cumprimento
das metas de inflação, mas ruim
para o setor exportador.
Mas a própria autoridade monetária negou essa intenção a tesourarias de instituições financeiras no fim do dia.
Nem a notícia de elevação da
nota da Turquia pela agência
Standard & Poor's animou o
mercado porque já era esperada
por investidores, ao contrário da
melhora de classificação da Rússia na semana passada.
A decisão da Moody's, outra
agência de classificação de risco,
de elevar as notas de China e
Hong Kong também não afetou o
humor de investidores.
Além da chamada "realização
de lucros", o movimento de ontem já reflete, segundo analistas, a
elevação de juros nos Estados
Unidos.
Novos indicadores positivos da
economia norte-americana fizeram a taxa de juros dos títulos do
Tesouro dos EUA com prazo de
dois anos saltar de 1,75% para
1,93% ontem. Os juros de dez
anos já estão em 4,46%.
A tendência é que, atraídos por
aplicações mais rentáveis e seguras nos EUA, investidores retirem
parte de seus recursos de países
emergentes, como o Brasil. Isso já
teria contribuído para a elevação
do risco ontem.
Uma terceira causa para a venda de C-Bonds foram as emissões
feitas por Brasil e outros emergentes, como Venezuela e Filipinas, que levaram investidores a
reorganizar suas carteiras.
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