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São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Vendas levaram o preço dos C-Bonds a cair 0,86%, juros mais altos nos Estados Unidos contribuíram

Euforia do mercado diminui; risco sobe 2%

DA REPORTAGEM LOCAL

A euforia do mercado financeiro das últimas semanas pode estar começando a esfriar um pouco. Ontem, foi um dia de menor volume de negócios e vendas de ativos para transformar ganhos acumulados em dinheiro. O C-Bond, título da dívida externa mais negociado, se desvalorizou 0,86%, para US$ 0,9313 e o risco-país subiu 3%, para 598 pontos.
Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e no mercado de câmbio, a tendência foi a mesma. A Bovespa chegou a cair durante o dia e acabou fechando praticamente estável, com variação de 0,07%. O volume de negócios foi de R$ 942,8 milhões, inferior à média de mais de R$ 1 bilhão dos últimos dias.
Já o dólar comercial subiu 0,39% e terminou o dia cotado a R$ 2,85. No mercado, chegou a circular o estranho rumor de que o Banco Central convocaria uma reunião com bancos para falar sobre a recente apreciação do real, que é boa para o cumprimento das metas de inflação, mas ruim para o setor exportador.
Mas a própria autoridade monetária negou essa intenção a tesourarias de instituições financeiras no fim do dia.
Nem a notícia de elevação da nota da Turquia pela agência Standard & Poor's animou o mercado porque já era esperada por investidores, ao contrário da melhora de classificação da Rússia na semana passada.
A decisão da Moody's, outra agência de classificação de risco, de elevar as notas de China e Hong Kong também não afetou o humor de investidores.
Além da chamada "realização de lucros", o movimento de ontem já reflete, segundo analistas, a elevação de juros nos Estados Unidos.
Novos indicadores positivos da economia norte-americana fizeram a taxa de juros dos títulos do Tesouro dos EUA com prazo de dois anos saltar de 1,75% para 1,93% ontem. Os juros de dez anos já estão em 4,46%.
A tendência é que, atraídos por aplicações mais rentáveis e seguras nos EUA, investidores retirem parte de seus recursos de países emergentes, como o Brasil. Isso já teria contribuído para a elevação do risco ontem.
Uma terceira causa para a venda de C-Bonds foram as emissões feitas por Brasil e outros emergentes, como Venezuela e Filipinas, que levaram investidores a reorganizar suas carteiras.


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