Cade deve coibir grandes fusões, afirma a Carta da FGV

Uma das discussões hoje na economia diz respeito à forma de agir do sistema de defesa antitruste do país na análise das grandes operações de fusão e aquisição.
De um lado, há os defensores da tese de que o país deveria incentivar a criação de grandes empresas multinacionais de capital nacional para o país ter condições de ser um competidor importante no planeta. Nessas condições, os órgãos de defesa da concorrência deveriam fazer vistas grossas às grandes fusões.
De outro, há os que acham que o país deveria privilegiar a defesa da concorrência pura, conforme determina a legislação antitruste. Só assim o Brasil conseguirá manter a estabilidade de preços e ainda incentivar a entrada do investimento estrangeiro no país, que não sofreria a ameaça de ser discriminado pelo governo.
O economista Luiz Guilherme Schymura, presidente do Instituto Brasileiro de Economia da FGV e ex-presidente da Anatel, é um dos defensores da tese de que o principal objetivo dos órgãos antitruste deve ser, de fato, a defesa da competição.
Na Carta do Ibre, que será divulgada esta semana na revista Conjuntura Econômica, Schymura mostra, por meio de uma série de argumentos, que há muito mais vantagens no sistema antitruste do que no de incentivo às grandes fusões e incorporações.
Schymura até reconhece, no texto, que, vez por outra, um bom sistema de defesa da concorrência não deve ser indiferente aos muitos fatores que podem recomendar alguma cautela na aplicação pura e simples das regras que coíbem as práticas anticompetitivas. Esta flexibilidade, porém, deve ser exercida com parcimônia.
"Na maioria da vezes, sob o manto de considerações estratégicas e de teorias mal fundamentadas, esconde-se a pressão pura e simples de empresas e setores para expandir o seu poder de mercado ao custo da perda de eficiência para a economia como um todo e de prejuízos para o consumidor", afirma a Carta do Ibre.
Nos últimos anos, o Cade não tem revelado uma linha nítida de conduta. Suas decisões foram contraditórias em diversos casos, como na compra da Antarctica pela Brahma, na tentativa de aquisição da Garoto pela Nestlé ou nas compras realizadas pela Vale do Rio Doce. "Não se conseguiu agradar gregos nem troianos", diz a Carta.
O problema, além disso, é que, mesmo as decisões do Cade ainda podem ser contestadas pelo governo ou pela Justiça. "Os órgãos antitruste deveriam ter os meios e a independência para cumprir a obrigação de defesa da concorrência, e cabe à sociedade e ao governo dar essa garantia de forma clara e sem ambiguidades", diz Schymura.

Calvin Klein lança novo modelo de relógio no Brasil

Com inspiração nas telas planas de televisão, a Calvin Klein lança no Brasil o relógio Boundary. Os relógios são feitos com aço antialérgico e pulseira de couro, e resistem a até 30 m de profundidade debaixo d'água. Os preços sugeridos são R$ 890, para o cK Boundary, e R$ 1.250, para o cK Boundary Chrono. A cK Watches, divisão da Calvin Klein especializada em relógios, foi criada em 1997.

SANDUBA SOLIDÁRIO
O último McDia Feliz, coordenado pelo Instituto Ronald McDonald para ajudar crianças com câncer, foi responsável por um recorde do Graac -beneficiado pela campanha nas cidades de São Paulo, Barueri, Osasco e Guarulhos. A instituição recebeu R$ 2.828.059,43 com a venda de 471.021 sanduíches, além da venda de camisetas, bonés e outros produtos ligados à iniciativa. No total, a rede de fast-food arrecadou R$ 9.400.110,06, com a venda de 1.372.096 sanduíches Big Mac, além das doações e da venda de produtos comercializados pelas 60 instituições participantes em todo o Brasil.

MBA NO EXTERIOR
Será realizada hoje, em São Paulo, a MBA Conference, evento gratuito que reunirá 50 dos maiores cursos de MBA do mundo. A feira, que oferece palestras e debates, será realizada no Hotel Renaissance, na região dos Jardins. De acordo com levantamento da organização MBA Alumni Brasil, as empresas multinacionais com mais de 500 empregados são as que absorvem a maior parte dos profissionais com MBA (63%). Ainda segundo a pesquisa, para mais de 53%, o MBA é um diferencial competitivo em processos seletivos, e cerca de 30% foram patrocinados pela própria empresa.

BELEZA FABRICADA
A empresa de cosméticos Muriel, que em setembro aumentou sua capacidade produtiva em 12 vezes, vai passar a terceirizar uma parte de sua produção, além de fabricar marcas próprias de itens de higiene e beleza para grandes cadeias de varejo. A linha Muriel Creative é fruto da ociosidade resultante da ampliação da produção. "Percebemos que havia uma carência no mercado de indústrias que concentrassem toda a cadeia produtiva, desde o rótulo e a identidade visual até a produto. Por isso resolvemos dedicar uma parte de nossa produção para vender para terceiros", diz Paulo Boldarim, presidente da empresa. A nova fábrica também intensificou a produção dos cosméticos da marca Muriel, que, no mês passado, lançou 150 novos produtos. Segundo Boldarim, a empresa está em fase de negociação com três grandes varejistas, que em breve terão cosméticos de marca própria totalmente desenvolvidos pela Muriel. "Além do produto, fabricaremos os frascos, as tampas, os rótulos e o material promocional para os pontos-de-venda", diz.

CARRO DE AÇO
A participação da Usiminas no fornecimento de aço para o setor automotivo no país ultrapassou 60%. Um dos responsáveis pelo aumento é o Prisma, modelo da GM que será lançado no Salão do Automóvel (SP) e que aumentará em 38% o fornecimento do aço plano da Usiminas para a fábrica da GM, em Gravataí (RS).

INVESTIDOR GRINGO
Será lançada amanhã, no Palácio dos Bandeirantes (SP), a 8ª edição do Guia Legal para o Investidor Estrangeiro no Brasil, produzido pelo Centro de Estudos das Sociedades de Advogados.

ONDA DIGITAL
Depois da TV digital, os radiodifusores devem investir US$ 100 milhões até 2008 para a implantação da rádio digital no Brasil. A estimativa é da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) que se reúne hoje, com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, para tratar do padrão a ser adotado no país.

EVOLUÇÃO
A VNU anuncia mudanças em um de seus mais importantes eventos, a FI (Food Ingredients), que incorporará soluções e passa a se chamar IFS (Ingredients and Food Solutions).


Próximo Texto: Brasil cai em ranking de investimento
Índice