São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Com novo recorde em NY, Bolsa de SP avança 0,98%

Dólar recua 0,37% e encerra o pregão cotado a R$ 2,13

DENYSE GODOY
DA FOLHA ONLINE

Um novo recorde da Bolsa de Nova York -o sétimo em dez pregões- deu impulso à Bovespa ontem. A Bolsa brasileira avançou 0,98%, para 39.229 pontos, com giro de R$ 3,58 bilhões -o volume foi inflado pelo exercício de opções sobre ações, que movimentou R$ 1,1 bilhão. O índice Dow Jones teve elevação de 0,16% e fechou aos 11.980,60 pontos.
"A fórmula para a nossa Bolsa subir é: tranqüilidade no cenário externo e entrada de recursos de estrangeiros. Isso nós estamos observando nos últimos dias", afirma Mauro Giorgi, economista da corretora Geração Futuro.
O saldo de investimentos estrangeiros na Bovespa está positivo em R$ 516,530 milhões em outubro até o dia 10 -as compras de ações somaram R$ 6,061 bilhões, e as vendas, R$ 5,545 bilhões. No acumulado do ano, o saldo ainda está negativo em R$ 1,706 bilhão.
A Bovespa voltar a testar o nível de 41 mil pontos, como em maio, depende dos rumos da economia dos Estados Unidos. Por isso, todos os indicadores sobre a atividade da maior potência mundial são acompanhados de perto.
Hoje, sai o PPI (Índice de Preços ao Produtor) de setembro. Em agosto, ficou em 0,1%, e a projeção é que aponte queda de 0,6% dos preços no mês passado. Hoje, também serão divulgados a produção industrial e utilização da capacidade instalada de setembro.
O CPI (Índice de Preços ao Consumidor) referente ao mês passado sai amanhã -a leitura anterior foi de 0,2%, e a previsão para setembro é de baixa de 0,3% dos preços.
O Fed (Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos) afirmou, na ata da última reunião do seu comitê de política monetária, ainda estar preocupado com a inflação. Assim, perderam um pouco a força as apostas do mercado de que a taxa básica de juros americana, atualmente em 5,25% ao ano, poderia vir a ser cortada logo no começo de 2007.
A expectativa de que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) reduza em 0,5 ponto percentual a taxa Selic amanhã também anima os investidores.
Os economistas não descartam um corte ainda maior, sustentado pela previsão de baixo crescimento do país neste ano -pelo boletim Focus, pesquisa realizada semanalmente pelo BC com analistas, ela é de 3%, enquanto a do governo é de 4%, e a do BC, de 3,5%- e pela inflação sob controle.

Política
O segundo turno da eleição presidencial está no centro das atenções. Como pode se tornar mais agressiva, permanecem as dúvidas sobre a governabilidade tanto para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em um eventual segundo mandato, quanto para Geraldo Alckmin (PSDB).
"Mas não há uma preocupação do mercado com a vitória de um ou de outro, já que os respectivos programas de governo, no que tange à economia, são bastante parecidos", comenta Giorgi. "É muito mais importante a definição de quem vai ser o ministro da Fazenda, o presidente do BC, o secretário do Tesouro."

Câmbio
O dólar comercial caiu 0,37%, vendido a R$ 2,13. O Banco Central realizou leilão de compra de divisas à vista, mas não mexeu com as cotações da moeda, já que continua grande o ingresso de recursos. Neste ano, o dólar acumula desvalorização de 8,39%. A balança comercial teve superávit de US$ 1,002 bilhão na semana passada -em 2006, o superávit é de US$ 36,132 bilhões.


Texto Anterior: Toshiba pode pedir à Sony indenização
Próximo Texto: Projeto quer controlar ave da Antártida contra aftosa
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.