São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2008

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Confiança do consumidor cai e inadimplência tem aumento

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Os consumidores paulistas já mostram maior apreensão com as conseqüências da crise financeira internacional para o país. É o que mostra o ICC (Índice de Confiança do Consumidor), medido pela Fecomercio. O indicador teve queda de 0,7% no mês de outubro em relação a setembro, chegando aos 139 pontos, mas o seu componente que mede a percepção do futuro caiu 1,5%. Leituras acima de 100 pontos indicam otimismo e, abaixo, pessimismo.
As pesquisas feitas até o mês de setembro ainda mostravam que as notícias sobre os problemas vividos no sistema financeiro do exterior não estavam preocupando o consumidor comum brasileiro, o qual começa agora a sentir os efeitos das turbulências no seu dia-a-dia.
Quem está mais ligado ao setor financeiro se diz mais desanimado. O ISE (Índice de Sentimento dos Especialistas em Economia), calculado pela mesma instituição, recuou 12,3% em outubro ante setembro, ficando em 86,5 pontos. "A evolução da confiança vai depender do desenrolar da crise", afirma Kelly Carvalho, assessora econômica da Fecomercio. "Porém fica claro que as pessoas estão adotando um comportamento mais cauteloso."
O endurecimento das condições de crédito ao consumidor fez a inadimplência crescer no país em setembro, apontam dois índices.
Segundo a Serasa, que centraliza dados sobre a falta de pagamento de compromissos financeiros, a inadimplência de pessoas físicas avançou 7,6% de janeiro a setembro de 2008 ante igual período de 2007. Já a Equifax, que fornece dados para empresas, detectou um aumento de 7,62% na devolução de cheques no mês passado em relação a setembro de 2007.
"Esse aumento é reflexo da alta da taxa de juros e de restrições ao crédito, que são os primeiros efeitos da crise no Brasil. O maior comprometimento da renda familiar com custos financeiros acaba elevando o volume de cheques devolvidos", explica Alcides Leite, coordenador do Centro do Conhecimento Equifax.


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