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Sinais de desaceleração chegam à China, e bancos reduzem previsão de crescimento
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
O crescimento da economia
chinesa vai se desacelerar nos
próximos meses graças à crise
na União Européia e nos EUA,
principais destinos das suas exportações, segundo o economista sênior do Banco Mundial
em Pequim, Louis Kujis.
Economistas reduziram as
estimativas de crescimento da
China na última semana. Ainda
que o Banco Central chinês estime em 9% o avanço do PIB
em 2009, bancos como Standard Chartered e o Royal Bank
of Scotland prevêem que ele
não chegará a 8% -o menor
crescimento em uma década.
Em 2007, o PIB cresceu 11,9%.
Há sinais de desaceleração da
construção civil e do mercado
imobiliário e queda de mais de
60% na Bolsa de Xangai neste
ano. A China é a quarta maior
economia do mundo e é a única
entre as grandes que deve crescer muito em 2008/2009, então uma desaceleração pronunciada de seu crescimento tem
efeitos globais. Ela importa
mais de US$ 1 trilhão por ano.
A crise financeira, que teve
impacto limitado no país, fez
ontem sua primeira vítima. A
Chinalco, estatal que é maior
produtora de alumínio da China, comprou 12% da gigante
mineradora australiana Rio
Tinto, por US$ 14 bilhões, ao lado da americana Alcoa. O depósito da transação estava com o
falido Lehman Brothers.
Segundo o jornal britânico
"Daily Telegraph", o governo
de Pequim está intercedendo
com os liquidadores em Hong
Kong. A Chinalco não se pronunciou. As ações da Rio Tinto
valem agora metade do que os
chineses pagaram. A empresa
pode ter grandes perdas.
Já o sistema bancário chinês
foi pouco afetado por conta de
seu fechado sistema financeiro,
com controle de capitais e da
baixa exposição de seus bancos
a investimentos no exterior.
Exportações em queda
A China anunciou que as exportações de setembro foram
21,2% maiores que no mesmo
mês do ano passado. Mas,
quando se ajustam os valores
para a inflação anual e para a
apreciação do yuan, a moeda
chinesa, nota-se que o volume
exportado foi 0,5% menor. São
necessários mais dólares para
comprar os mesmos yuans - a
moeda chinesa se desvalorizou
em 15% em relação ao dólar.
O setor exportador chinês
crescia anualmente de 20% a
30% nos últimos cinco anos.
"A turbulência pode ter relativamente um grande impacto
nas exportações. Estamos alerta", disse o ministro do Comércio, Gao Huicheng.
Para tentar reanimar o consumidor chinês a comprar imóveis, duas das maiores cidades
do país anunciaram ontem medidas. Em Xangai, foram anunciadas linhas de crédito que podem chegar a 600 mil yuans
(R$ 200 mil). Em Hangzhou,
capital de Província de Zhejiang, quem comprar apartamentos caros (o valor ainda não
foi anunciado) receberá a permissão legal de residência para
a sua família (casal e filho).
Outras metrópoles, como
Guangzhou e Nanjing, já haviam anunciado medidas para o
mercado imobiliário.
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