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PREÇOS
Maior pressão é das carnes
Cesta básica vai a R$ 133, o recorde no Plano Real
ALESSANDRA KIANEK
da Redação
O custo da cesta básica voltou a
subir e bateu novo recorde no Plano Real. Ontem, os paulistanos
pagaram R$ 133,03 pelos produtos da cesta básica. É o maior valor desde o início do Real, quando
a cesta custava R$ 106,40. A cesta
acumula alta de 25,03%.
A inflação medida pela Fipe no
mesmo período é de 75,85%. O
salário mínimo subiu 109,91%.
O recorde anterior havia sido
registrado no dia 16 de março deste ano (R$ 132,29), devido aos reflexos da desvalorização do real.
A pesquisa da cesta básica é feita
diariamente em 70 supermercados de São Paulo pelo Procon/
Dieese. Ela é composta por 31
produtos divididos em três grupos: alimentos, produtos de limpeza e produtos de higiene pessoal. Os alimentos têm o maior
peso no valor da cesta, com 80%.
Já os produtos de limpeza e os de
higiene pessoal pesam 10% cada.
Desde o início do Real, os alimentos subiram 22,9%; os produtos de limpeza, 39,6%; e os de higiene pessoal, 28,2%. Os produtos
que mais subiram foram o alho
(86%), a carne de primeira
(78,7%) e a de segunda (55,4%).
Segundo a diretora de estudos e
pesquisas do Procon, Vera Marta
Junqueira, não dá para prever se a
cesta vai continuar a subir. Para
ela, o importante é que os consumidores passem a atuar como
parte reguladora do mercado.
"Os consumidores devem comprar pelos menores preços e dar
preferência a outras marcas para
impedir que ocorra um aumento
sem causa", aconselha Vera.
Após o pico de março deste ano,
o custo da cesta básica começou a
subir a partir de setembro, quando foi registrada alta de 3,59% no
mês. Em outubro, subiu 3,96%.
Até ontem, a cesta já acumulava
alta de 1,89% neste mês.
Os produtos que estão pressionando a cesta nesse período são
as carnes e seus derivados, o frango, o açúcar e o papel higiênico.
As carnes subiram devido à entressafra. Já o frango, além de
acompanhar o aumento do boi,
vem subindo devido aos altos
custos de produção, verificados
no aumento do preço do milho.
O papel higiênico vem sofrendo
reajustes devido ao aumento de
preço do papel e da celulose no
mercado internacional.
Para a coordenadora do Dieese
da pesquisa da cesta básica, Cornélia Nogueira Porto, esses aumentos vêm da pressão de custos
que estão sendo repassados para
os produtos. Para ela, o custo deve
subir nos próximos dias devido à
expectativa de crescimento da demanda por conta do 13º salário e
da alta do número de empregos
criados nesta época do ano.
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