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Mantega estuda corte de déficit na Previdência
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o
governo ainda não começou a
discutir mudanças para a Previdência, mas afirmou que está
analisando um estudo feito pelo setor privado que sugere mecanismos de gestão para reduzir o déficit do setor.
Segundo ele, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva determinou que as soluções para a
Previdência sejam analisadas à
parte do plano de ajuste fiscal
em elaboração nos ministérios
da Fazenda, Planejamento e
Desenvolvimento e na presença do ministro da Previdência.
Mantega disse que o estudo
elaborado pelo setor privado,
que ele recebeu na semana passada, propõe medidas de gestão
com as quais seria possível reduzir as despesas da Previdência em até R$ 50 bilhões em
três ou quatro anos.
De acordo com o ministro, o
governo está fazendo um levantamento sobre gastos correntes que podem ser reduzidos sem interferir nos investimentos. "Há gastos de natureza
distinta e alguns terão um ritmo de crescimento menor. O
objetivo não é cortar, mas limitar crescimento desses gastos."
Segundo ele, gastos com passagens e diárias poderão ser reduzidos. "Esse tipo de gasto não
afeta os serviços públicos, a
realização de ações sociais e os
investimentos. Esses gastos serão reduzidos sim." Para outros
gastos, Mantega disse que serão estabelecidas regras de longo prazo, como o controle do
crescimento das despesas para
que elas não aumentem mais
do que o PIB.
O ministro afirmou ontem
em São Paulo que o governo
pretende apresentar uma nova
proposta de reforma tributária.
"Vou consultar os governadores para que possamos pensar
em uma reforma tributária
mais ambiciosa. Não a que está
no Congresso, pois já existe um
projeto que está lá no Congresso, mas ele não é um projeto
que resolve os problemas tributários de forma mais cabal",
afirmou Mantega em entrevista concedida após reunião com
o governador de São Paulo,
Claudio Lembo, no Palácio dos
Bandeirantes.
Quanto às medidas tributárias em estudo, o ministro disse
que o governo federal não fará
qualquer tipo de compensação
de receitas com os Estados.
O objetivo do plano, disse
Mantega, é o de simplificar o
emaranho de regras existente
hoje no país, criando uma estrutura mais simples e homogênea. Assim, ponderou, a produção acaba facilitada.
"Não há nenhuma intenção
do governo federal de abrir
mão de seus tributos em prol
dos governos estaduais", afirmou o ministro.
Colaborou JANAÍNA LEITE, da Reportagem Local
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