São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 2008

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Inflação americana concentra as atenções

Dados ajudarão a indicar se haverá novos cortes de juros

DA REPORTAGEM LOCAL

Os índices de inflação americanos de outubro vão ser o grande destaque da agenda de eventos econômicos da semana. Amanhã vai ser divulgado o resultado do PPI (índice de preços ao produtor americano). A expectativa é que o índice tenha registrado deflação em torno de 1,8% no mês.
Na quarta-feira será a vez do CPI, que é o índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos. Para esse índice, espera-se uma deflação em torno de 0,8% em outubro.
Como os Estados Unidos têm reduzido drasticamente sua taxa de juros em decorrência do agravamento da crise e do desaquecimento econômico, os dados de inflação são uma variável muito importante neste momento.
Isso porque a política de juros mais elevados que os Estados Unidos vinha mantendo antes do agravamento da crise visava exatamente combater a pressão inflacionária. Assim, se os índices de preços não se mostrarem comportados neste momento, poderão gerar uma preocupação extra para o governo norte-americano.
Rossano Oltramari, sócio-diretor da XP Investimentos, diz que haverá uma série de dados econômicos nos próximos dias e pontua "os dados de produção industrial na segunda [hoje], o PPI na terça [amanhã], o CPI e dados sobre o setor de construção americano na quarta, além da minuta da última reunião do Fed [o BC dos EUA]".
"De forma geral, o mercado deve estar atento a esses dados como forma de mensurar os efeitos dessa crise sobre a economia real", completa.
O processo de desaceleração das maiores economias do mundo se tornou uma das principais preocupações dos mercados neste momento.
"A agenda econômica tem como mais relevante os números de inflação nos EUA, com destaque para o CPI", reforça Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
Os Estados Unidos também trarão hoje os resultados da produção industrial do país no mês passado. O nível de utilização da capacidade instalada será um importante indicador de quanto a desaceleração econômica tem sido intensa.
"Na semana [passada], o desempenho dos mercados internacionais continuou a ser prejudicado pela percepção de que a economia global está atravessando um período de recessão severa", afirma, em análise, a LCA Consultores.
A quarta-feira tende a ser o dia mais agitado, tendo uma agenda bastante pesada. Nesse dia, haverá a apresentação de vários dados do setor imobiliário. Vão ser conhecidas as solicitações de empréstimos imobiliários, o resultado da construção de casas novas e as licenças para construção emitidas no mês passado nos Estados Unidos.
Além disso, o Fed (Federal Reserve) vai apresentar a ata de sua última reunião, realizada no fim de outubro.
Esse documento trará explicações sobre os motivos que levaram os dirigentes do Fed a reduzir os juros norte-americanos para 1% ao ano, o que levou a taxa do país ao mesmo patamar de maio de 2004.
Na sexta-feira, haverá a reunião do banco central japonês.

Agenda local
No Brasil, poucos dados vão ser apresentados. Destaque para a taxa de desemprego de outubro, que o IBGE apresenta na quarta-feira. A previsão é que a taxa do mês passado tenha sido de 7,5%.
Amanhã, o IBGE vai apresentar os dados das vendas no comércio varejista. Se esses números vierem muito baixos, poderão ter impacto negativo sobre o mercado acionário.


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