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Inflação americana concentra as atenções
Dados ajudarão a indicar se haverá novos cortes de juros
DA REPORTAGEM LOCAL
Os índices de inflação americanos de outubro vão ser o
grande destaque da agenda de
eventos econômicos da semana. Amanhã vai ser divulgado o
resultado do PPI (índice de
preços ao produtor americano). A expectativa é que o índice tenha registrado deflação
em torno de 1,8% no mês.
Na quarta-feira será a vez do
CPI, que é o índice de preços ao
consumidor dos Estados Unidos. Para esse índice, espera-se
uma deflação em torno de 0,8%
em outubro.
Como os Estados Unidos têm
reduzido drasticamente sua taxa de juros em decorrência do
agravamento da crise e do desaquecimento econômico, os dados de inflação são uma variável muito importante neste
momento.
Isso porque a política de juros mais elevados que os Estados Unidos vinha mantendo
antes do agravamento da crise
visava exatamente combater a
pressão inflacionária. Assim, se
os índices de preços não se
mostrarem comportados neste
momento, poderão gerar uma
preocupação extra para o governo norte-americano.
Rossano Oltramari, sócio-diretor da XP Investimentos, diz
que haverá uma série de dados
econômicos nos próximos dias
e pontua "os dados de produção
industrial na segunda [hoje], o
PPI na terça [amanhã], o CPI e
dados sobre o setor de construção americano na quarta, além
da minuta da última reunião do
Fed [o BC dos EUA]".
"De forma geral, o mercado
deve estar atento a esses dados
como forma de mensurar os
efeitos dessa crise sobre a economia real", completa.
O processo de desaceleração
das maiores economias do
mundo se tornou uma das principais preocupações dos mercados neste momento.
"A agenda econômica tem
como mais relevante os números de inflação nos EUA, com
destaque para o CPI", reforça
Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
Os Estados Unidos também
trarão hoje os resultados da
produção industrial do país no
mês passado. O nível de utilização da capacidade instalada será um importante indicador de
quanto a desaceleração econômica tem sido intensa.
"Na semana [passada], o desempenho dos mercados internacionais continuou a ser prejudicado pela percepção de que
a economia global está atravessando um período de recessão
severa", afirma, em análise, a
LCA Consultores.
A quarta-feira tende a ser o
dia mais agitado, tendo uma
agenda bastante pesada. Nesse
dia, haverá a apresentação de
vários dados do setor imobiliário. Vão ser conhecidas as solicitações de empréstimos imobiliários, o resultado da construção de casas novas e as licenças para construção emitidas
no mês passado nos Estados
Unidos.
Além disso, o Fed (Federal
Reserve) vai apresentar a ata de
sua última reunião, realizada
no fim de outubro.
Esse documento trará explicações sobre os motivos que levaram os dirigentes do Fed a
reduzir os juros norte-americanos para 1% ao ano, o que levou
a taxa do país ao mesmo patamar de maio de 2004.
Na sexta-feira, haverá a reunião do banco central japonês.
Agenda local
No Brasil, poucos dados vão
ser apresentados. Destaque para a taxa de desemprego de outubro, que o IBGE apresenta na
quarta-feira. A previsão é que a
taxa do mês passado tenha sido
de 7,5%.
Amanhã, o IBGE vai apresentar os dados das vendas no
comércio varejista. Se esses números vierem muito baixos,
poderão ter impacto negativo
sobre o mercado acionário.
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